Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) chegou ao fim no sábado (22), em Belém (PA), após 13 dias de intensas discussões. A conferência, que teve o Brasil na presidência, resultou na aprovação de 29 documentos por todos os 195 países participantes, marcando avanços importantes na luta contra o aquecimento global.
O conjunto desses textos, conhecido como “Pacote de Belém”, está disponível no site da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). A presidência brasileira destaca que os acordos abrangem temas cruciais como transição justa, financiamento para adaptação aos impactos climáticos, comércio, igualdade de gênero e uso de novas tecnologias.
Um dos principais destaques da COP30 foi a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A proposta, que já conta com o apoio de mais de 63 países, visa recompensar financeiramente nações que preservam suas florestas tropicais. O fundo, que já mobilizou US$ 6,7 bilhões, busca atrair investimentos que permitam a preservação florestal e a redução das emissões de carbono, transformando as florestas em um motor de desenvolvimento social e econômico.
Outro ponto importante foi o compromisso dos países em triplicar o financiamento para adaptação às mudanças climáticas até 2035, além de reforçar a necessidade de que países desenvolvidos aumentem o apoio financeiro a nações em desenvolvimento.
A COP30 também registrou a apresentação de novas metas de redução de emissões (NDCs) por 122 países, reforçando o Acordo de Paris e o compromisso global com a redução dos gases do efeito estufa.
Além disso, a conferência recebeu 59 indicadores voluntários para monitorar o progresso em relação à Meta Global de Adaptação, abrangendo áreas como água, alimentação, saúde, ecossistemas e infraestrutura. A atenção às pessoas, especialmente às populações mais vulneráveis, também foi um tema central, com destaque para a inclusão de afrodescendentes nos documentos da conferência.
Um Plano de Ação de Gênero foi aprovado, ampliando o orçamento e o financiamento para iniciativas que promovam a liderança de mulheres indígenas, afrodescendentes e rurais.
Apesar dos avanços, nem todas as prioridades do governo brasileiro foram alcançadas. O “Mapa do Caminho” para o afastamento dos combustíveis fósseis, uma das principais propostas do Brasil, não foi incluído no pacote final de acordos, mas a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, garantiram que o tema continuará sendo discutido nos próximos meses.
O Brasil permanecerá na presidência da COP até novembro de 2026, e continuará trabalhando para implementar os acordos de Belém e impulsionar a ação climática global.










