11 de outubro de 2024

Convênio firmado com São Paulo resulta na primeira prisão em Rondônia

Convênio assinado em São Paulo com o Instituto de Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), em 8 de fevereiro, pelo então vice-governador Daniel Pereira e secretário Lioberto Caetano (Sesdec) resulta na primeira prisão de um foragido daquele Estado dentro de Rondônia.

Acusado de estelionato e fraude, e utilizando nome falso, Francisco Alves da Silva foi preso nesta segunda-feira (21) em Ji-Paraná somente 1h30 depois em que o Instituto de Identificação Engracia da Costa acionou o delegado Mario Henrique.

“O Dr. Júlio Kasper (diretor em Rondônia) me falou que foi super rápida a atuação da Polícia Civil, um trabalho extraordinário, e significa na prática agora a execução do convênio para uso de uma tecnologia desenvolvida em São Paulo. Rondônia desponta como o pioneiro estado da federação a utilizar essa ferramenta, que se trata do compartilhamento de milhões de informações com dados civis e criminais”, destaca o governador Daniel Pereira.

Trata-se do sistema de Legitimação à Distância (LEAD) adotado pelo IIRGD que facilita a demanda da Polícia Civil para reconhecer e identificar autorias de crimes com base nas digitais que são pesquisadas na base desse sistema, totalmente online e acessível a 1.709 unidades policiais de São Paulo e 65 pontos do Instituto Médico Legal (IML).

Segundo o delegado de Polícia Caetano Paulo Filho, diretor do Instituto de Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), Francisco Alves da Silva usava em Rondônia o nome falso de Osvaldo Rodolfo e tinha mandado de prisão expedido em janeiro de 2014.

“É mineiro e se passava por um cidadão do Piauí. Nosso banco de dados tinha algumas informações e pistas dele, descobrimos que tinha um documento emitido em Rondônia, então o delegado de Ji Paraná fez diligências em alguns endereços”, disse Caetano, parabenizando o Estado de Rondônia pela adesão ao sistema Lead, que segundo ele cumpre três funções essenciais.

A primeira delas é que permite a legitimação das informações de pessoas desaparecidas ou cadáveres sem identificação, a partir das investigações feitas com uso da base de dados dos conveniados. Depois, de forma online e rápida, portanto, permite a troca de documentos, impressões digitais e outras informações de pessoas procuradas e o mais importante, para Caetano Paulo, é o combate ao crime com a troca de fragmentos de locais das ocorrências criminais.

“A Polícia Civil de Rondônia pode mandar um fragmento de uma impressão digital para nós, podemos checar e obter um resultado de investigação rapidamente”, diz o diretor paulista.

Segundo Caetano Paulo Filho, São Paulo tem uma base com 65 milhões de dados civis e 8 milhões criminais, e está em processo de digitalização acervo de 400 milhões de documentos, o maior volume existente na América Latina.

“Graças a esse sistema, criado por uma policial, desde 2014 identificamos 1.400 cadáveres que seriam enterrados como indigentes se não tivéssemos informações compartilhadas”, diz Caetano.

O delegado Mario Henrique, de Ji Paraná, disse que chegaram ao foragido Francisco após identificar seu endereço no prontuário em que ele solicitou identidade em solo rondoniense. “Fizemos algumas diligências e descobrimos onde ele estava”, conta.

Para o delegado, o convênio dá mostras de que o sistema LEAD funciona, que a integração pode ser sempre aperfeiçoada, e o banco online oferece segurança.

“Rondônia tem acesso a esta base de São Paulo de forma pioneira, e aquele estado também tem acesso a nossas informações. O sistema traz mais segurança á investigação, otimiza a pesquisa e oferece resposta mais rápida ao cidadão”, diz o diretor Júlio Kasper.