Um mapeamento inédito dos crimes ambientais na Amazônia Brasileira foi apresentado pelo Consórcio da Amazônia Legal no dia 19 de novembro. O diagnóstico, construído em parceria com o Instituto Igarapé e com a participação das secretarias de segurança pública dos nove estados da Amazônia Legal, busca entender as dinâmicas criminais e os desafios na proteção do bioma.
O estudo detalha o esforço dos governos estaduais para aprimorar a fiscalização, a inteligência e a investigação de crimes ambientais. Ele também ressalta a importância da colaboração e do compartilhamento de informações entre os estados para combater os ilícitos de forma mais eficaz, considerando a complexidade e o caráter transnacional dessas atividades.
Um dado preocupante revelado pelo levantamento é a limitação de recursos aéreos: toda a Amazônia Legal conta com apenas 19 aeronaves e 24 helicópteros para operações policiais. Esse número é considerado insuficiente para cobrir um território de mais de 5 milhões de km², evidenciando o desequilíbrio entre a estrutura disponível e a extensão dos desafios, especialmente com o aumento das atividades ilegais e a dificuldade de acesso a áreas remotas.
“Essa integração evidencia que os desafios enfrentados pelos estados da Amazônia Brasileira são os mesmos e que o Brasil e o mundo precisam voltar seus olhos para essa realidade”, afirmou Felipe Vital, Secretário da SESDEC de Rondônia e Coordenador da Câmara Setorial de Segurança Pública do Consórcio. “Queremos construir o Centro Integrado de Proteção Ambiental da Amazônia para fortalecer nossa capacidade de inteligência e aprimorar o combate aos crimes ambientais em toda a região”.
Pela primeira vez, o Consórcio da Amazônia Legal levou a discussão sobre segurança pública para a COP (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). O lançamento do diagnóstico no Hub Amazônia – Blue Zone da COP30 demonstra a crescente compreensão de que a proteção ambiental e a segurança pública estão intrinsecamente ligadas.
Vanessa, diretora-executiva do Consórcio da Amazônia Legal, destacou a importância do esforço coletivo: “Pela primeira vez, contamos com um diagnóstico integrado de crimes ambientais na região, construído com base em evidências e na colaboração entre os nove estados. O desafio é grande, e nenhum estado deve enfrentá-lo sozinho. A atuação coordenada é essencial para transformar dados em estratégia e fortalecer nossa capacidade de proteger a floresta e as pessoas”.
O painel de apresentação contou com a participação de Melina Risso, do Instituto Igarapé; André Velasco, da OTCA; e do Coronel Henrique Barbosa, da SESDEC Rondônia.
Melina Risso enfatizou que o diagnóstico é apenas o primeiro passo: “Agora entramos na fase de ação: vamos promover capacitações, fortalecer as equipes nos estados e planejar como reforçar essa atuação conjunta”.
O documento completo está disponível no portal do Consórcio da Amazônia Legal.








