Imersa em mistérios e arrepios, surge a assombrosa história da Mulher-Árvore, envolvendo a lendária construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. De acordo com a tradição local, uma mulher que era amante de um engenheiro ferroviário, insatisfeita com a vida em Porto Velho, tomou a trágica decisão de tirar sua própria vida nos arredores da ferrovia. Após uma profunda tristeza, ela foi sepultada no Cemitério da Candelária. No entanto, como punição pelo seu pecado, seu túmulo foi devastado por uma imponente castanheira que, sob a luz da lua cheia, se mesclava com o cadáver, transformando-se na assombrosa figura da Mulher-Árvore.
Os relatos dos trabalhadores da época afirmavam que, a cada noite de lua cheia, a Mulher-Árvore desenterrava suas raízes e vagava pelos trilhos da ferrovia. Por onde passava, ecoavam lamentos e desespero, deixando um rastro de destruição ocasionado pelos ventos selvagens da floresta.
Reza a lenda que o primeiro a vislumbrar essa aparição assustadora foi um vigilante da ferrovia. Outros testemunharam sua presença, avistando-a caminhando ao longo dos trilhos, sempre retornando ao cemitério. Muitos acreditavam que, a qualquer momento, ela voltaria a se manifestar, especialmente para crianças que desafiavam o sono, negligenciavam suas tarefas e desrespeitavam os mais velhos.
Um artigo intitulado “Cruz Credo! Explorando a cidade de Porto Velho através de histórias assombrosas”, publicado na revista Humanidades e Inovação, revela que a lenda da Mulher-Árvore remete à loucura e à tristeza que acometeram homens e mulheres imigrantes que vieram trabalhar na ferrovia, mas que não conseguiram se adaptar à vida em Porto Velho. Muitos desapareceram nas profundezas da floresta e nos rios, na tentativa desesperada de retornar às suas terras natais.