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22 de dezembro de 2025

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Clima extremo na Amazônia afeta mais de 1,8 milhão de pessoas

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Mais de 1,8 milhão de pessoas na Amazônia brasileira são impactadas anualmente por eventos climáticos extremos, como inundações, secas e incêndios, aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (13 de novembro) na revista científica Nature Communications. A pesquisa é uma das primeiras a analisar de forma completa as perdas e danos causados pelas mudanças climáticas na região, com foco nas comunidades locais.

O estudo revela que 75% das pessoas afetadas são indígenas e moradores de comunidades tradicionais, que dependem diretamente dos recursos naturais para sobreviver. Os prejuízos financeiros relacionados ao clima na Amazônia somam mais de 650 milhões de dólares por ano, e ultrapassam 5,7 bilhões de dólares desde 2000.

Impacto nas cidades menores

De acordo com os pesquisadores, as cidades amazônicas com menos de 50 mil habitantes são as mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. “As mudanças climáticas estão aumentando a pobreza na Amazônia. Nossos dados mostram que os municípios menores – onde vive a maioria dos povos indígenas – estão perdendo quase 10% do seu crescimento econômico por causa de desastres climáticos. Isso é o retrato de uma crise silenciosa e desigual que exige respostas urgentes e justas”, explica Patrícia Pinho, diretora adjunta de pesquisa do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), uma das autoras do estudo.

As perdas econômicas causadas por eventos climáticos extremos na região cresceram 370% entre 2000 e 2022, afetando principalmente os setores da agricultura, pecuária, infraestrutura e serviços de saúde.

Aumento dos desastres

A pesquisa também registrou um aumento significativo na frequência de desastres climáticos na Amazônia brasileira: a ocorrência de incêndios aumentou 10 vezes, de inundações 5 vezes, e de secas e ondas de calor 3 vezes no período analisado. Essa variação climática, impulsionada pelas atividades humanas, ameaça a segurança alimentar e nutricional da população.

Além das perdas materiais, o estudo destaca as perdas residuais, como a perda de território, bem-estar e até mesmo de entes queridos. “Crianças submetidas a situações de desastres iniciam a vida em desvantagem, com déficits em saúde, alimentação, desenvolvimento e socialização. Há riscos graves de erosão cultural e de aumento da migração forçada na Amazônia, pois eventos climáticos extremos estão ocorrendo com mais frequência e intensidade, dificultando a adaptação das pessoas”, acrescenta Pinho.

Os autores do estudo recomendam a criação de um fundo específico para perdas e danos na Amazônia, semelhante ao fundo global criado na COP27, que visa destinar recursos de países ricos – historicamente responsáveis pelas maiores emissões de gases de efeito estufa – para países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

“Criar um fundo de perdas e danos para a Amazônia, incluindo perdas não materiais e econômicas, como a perda de saúde, modo de vida e cultura, ajudaria a melhorar a resposta das cidades amazônicas que estão sob alto risco. Se a Amazônia está nos olhos do mundo, devemos direcionar apoio para a proteção da floresta, da biodiversidade e, principalmente, da vida das pessoas”, conclui a pesquisadora.

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