A Petrobras vai aumentar o preço do diesel nas próximas semanas, mas manterá a gasolina sem alterações. A decisão foi comunicada pela CEO Magda Chambriard ao presidente Lula durante reunião no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (27). O anúncio ocorre após semanas de pressão de investidores internacionais, preocupados com a defasagem dos preços no Brasil em relação ao mercado global.
Na ocasião, Lula questionou o percentual do reajuste, mas Chambriard explicou que técnicos ainda finalizam os cálculos. “O tema não pode mais ser adiado”, disse a executiva, reforçando que o ajuste será pauta da primeira reunião do conselho da empresa em 2024.
Por que o diesel vai subir? Entenda a defasagem
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o litro do diesel está R0,65maisbarato∗∗noBrasil–umadiferenc\cade∗∗190,65maisbarato∗∗noBrasil–umadiferenc\cade∗∗19 0,23 a menos (8% abaixo do valor de referência).
Há três semanas, a defasagem do diesel oscila perto ou acima de 20%, patamar não visto desde agosto de 2023, quando a Petrobras fez seu último reajuste. Em 2024, porém, a empresa quebrou um recorde: passou o ano sem alterar o preço do diesel, mesmo com as oscilações no mercado.
Investidores pressionam, e Petrobras recua
A resistência em reajustar os combustíveis em 2024 gerou desconfiança no mercado. Investidores internacionais temiam interferência política nos preços da estatal, já que a disparidade entre valores locais e internacionais crescia.

Agora, a Petrobras sinaliza mudança. “Não dá mais para ignorar a realidade do mercado. O reajuste é necessário para equilibrar as contas”, explicou um conselheiro da empresa sob condição de anonimato.
Gasolina mantém preço: estratégia ou alívio?
Enquanto o diesel sobe, a gasolina segue estável. A decisão surpreendeu analistas, já que o combustível também está abaixo do preço internacional. No entanto, fontes do Planalto afirmam que a manutenção busca evitar pressão inflacionária em um ano marcado por incertezas econômicas.
Para Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a postura da Petrobras é “equilibrada”. “Priorizamos a segurança energética sem descuidar do bolso do brasileiro”, disse após a reunião.
O que mais foi discutido no encontro?
Além dos combustíveis, Chambriard detalhou o plano de investimentos da Petrobras em:
- Segurança energética: ampliação de refinarias e projetos de gás.
- Segurança alimentar: produção de fertilizantes para reduzir dependência de importações.
O ministro Silveira elogiou a “agilidade” nos projetos, mas não divulgou prazos ou valores específicos.