Nordeste tem desaceleração em estados como Paraíba e Maranhão; especialistas reforçam vacinação
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à covid-19 continua em alta em cinco estados da Região Norte, segundo o último boletim da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (6). Enquanto isso, parte do Nordeste – como Paraíba e Maranhão – mostra sinais de desaceleração após semanas de crescimento.
Os dados revelam que, entre 1º de janeiro e 1º de fevereiro, o Brasil registrou 1.222 casos graves de SRAG ligados à covid. Do total de diagnósticos confirmados, mais de 51% foram causados pelo coronavírus.
Onde os casos estão aumentando?
A tendência de alta se mantém em:
- Amapá
- Amazonas
- Pará
- Rondônia
- Tocantins
No mesmo período, o país contabilizou 710 mortes por SRAG, sendo 292 por covid-19 – quase 80% dos óbitos com resultado viral positivo.
Por outro lado, estados como Paraíba e Maranhão começam a reduzir o ritmo de novos casos. Apesar disso, nove unidades federativas ainda têm crescimento no longo prazo, incluindo Alagoas, Goiás e Mato Grosso.
Crianças e idosos: os mais afetados
Embora a covid-19 seja mais letal em idosos, o rinovírus (responsável por 19,6% dos casos) lidera em crianças e adolescentes de até 14 anos. A SRAG, que causa comprometimento pulmonar e hospitalizações, preocupa especialmente os grupos vulneráveis.
“A mortalidade é maior em pacientes acima de 65 anos, mas a incidência de casos graves também cresce entre crianças”, explica o boletim da Fiocruz. No Amazonas, Pará e Goiás, por exemplo, houve aumento de internações infantis na última semana.
Por que alguns estados ainda estão em alta?
A pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, afirma que ainda é cedo para confirmar as causas. “O baixo número de resultados laboratoriais dificulta a análise, mas suspeitamos de vírus como o sincicial respiratório ou o metapneumovírus”, diz.
Ela ressalta que a falta de testagem em massa pode mascarar os dados reais. Além disso, a circulação simultânea de vários vírus agrava o cenário, principalmente em regiões com menor cobertura vacinal.
Recomendações para evitar a transmissão
A Fiocruz reforça medidas básicas para reduzir riscos:
- Fique em isolamento se tiver sintomas gripais.
- Use máscaras de qualidade ao sair de casa.
- Atualize a vacinação contra a covid-19.
Quem deve se vacinar?
- Crianças de 6 meses a 5 anos: 2 ou 3 doses, conforme o imunizante.
- Idosos e imunossuprimidos: reforço a cada 6 meses.
- Grávidas: 1 dose durante a gestação.
- Grupos vulneráveis (indígenas, quilombolas, etc.): reforço anual.
Mesmo quem não está nesses grupos pode tomar a vacina, especialmente se não se imunizou nos últimos anos.
Situação nacional: queda geral, mas alerta no Norte
No agregado, o Brasil tem tendência de queda nos casos de SRAG. No entanto, o Norte preocupa pelas altas sustentadas. “Patologias respiratórias ainda exigem atenção, principalmente em épocas de chuva e umidade”, alerta Portella.
Enquanto isso, o governo monitora os estados críticos e reforça a importância de campanhas de testagem e conscientização.