Uma nova versão da Calculadora de Carbono (CCAL), desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), está disponível para auxiliar na quantificação dos estoques de carbono presentes na vegetação brasileira. A plataforma gratuita pode ser usada tanto para apoiar a criação de programas de créditos de carbono quanto para determinar indenizações em processos judiciais relacionados a desmatamento.
A CCAL gera relatórios com dados regionais que podem ser utilizados por governos estaduais e federais em programas de financiamento para a proteção de florestas, através do mecanismo REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal). Essa iniciativa permite que a conservação da vegetação seja economicamente valorizada, incentivando a manutenção das florestas em pé.
“O CCAL fornece o que o mercado de crédito exige: dados robustos e com integridade climática, provenientes de uma redução comprovada das emissões. A plataforma promove a transparência, já que os dados são facilmente acessíveis e alinhados com as informações oficiais do governo federal reportadas à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC)”, explica Gabriela Savian, diretora de Políticas Públicas do IPAM.
Além disso, a calculadora também auxilia em ações judiciais contra crimes ambientais, determinando o valor da indenização por danos climáticos causados pelo desmatamento ilegal. O cálculo é feito com base na quantidade de carbono perdida na vegetação suprimida, utilizando os valores estabelecidos pelo Fundo da Amazônia.
Ana Carolina Bragança, procuradora da República, ressalta a importância de considerar o tempo de recuperação das florestas. “A floresta não se recupera da mesma forma que um carro após um acidente. Pode levar décadas para que ela retome sua biodiversidade original. Durante esse período, o desmatamento continua contribuindo para o agravamento das mudanças climáticas”, afirma.
Lançada há dez anos, a CCAL surgiu como uma ferramenta para monitorar as políticas climáticas do país, que tem cerca de 46% de suas emissões de gases de efeito estufa originadas do desmatamento, de acordo com o Sistema de Estimativa de Gases de Efeito Estufa (SEEG). A plataforma reúne informações essenciais para pesquisadores que monitoram os estoques de carbono, permitindo o acompanhamento do fluxo do elemento, a identificação de áreas desmatadas e degradadas, e a geração de estatísticas e relatórios personalizados.
*Com informações do IPAM











