Informação é com a gente!

13 de outubro de 2025

Informação é com a gente!

13 de outubro de 2025

Café robusta de Rondônia: estudo mostra captura de carbono

peixe-post-madeirao
peixe-post-madeirao
Jornal Madeirão - 12 anos de notícias

Últimas notícias

08/10/2025
Aviso de licitação: Pregão eletrônico – licitação n. 90011/2025 – menor preço global
02/10/2025
Publicação legal: Termo de Homologação – Pregào 9009/2025
01/10/2025
Termo de Anulação – Processo Administrativo nº: 72868/2024
01/10/2025
Aviso de dispensa de licitação – PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº: 79818/2025
09/09/2025
Publicação legal: Aviso de reagendamento de licitação – 90010/2025
08/09/2025
Aviso de reagendamento de licitação – processo 72868/2024
01/09/2025
Aviso de reagendamento de licitação: processo administrativo 77824/2025
27/08/2025
Publicação Legal: Aviso de Licitação – Processo Administrativo Nº 72868/2024
27/08/2025
Publicação Legal: Aviso de Reagendamento de Licitação – Processo Administrativo Nº 77824/2025
25/08/2025
Publicação legal: Aviso de Reagendamento de Licitação Ampla Participação

Foto: Janderson Dalazen

O café robusta cultivado na região das “Matas de Rondônia” tem um diferencial: ele sequestra 2,3 vezes mais carbono da atmosfera do que a quantidade emitida durante o seu cultivo. A conclusão é de um estudo da Embrapa, divulgado em 2024.

As Matas de Rondônia, área com Indicação Geográfica, abrangem 15 municípios como Cacoal, São Miguel do Guaporé e Seringueiras, concentrando a maior parte da produção de café do estado.

A pesquisa analisou 250 propriedades e constatou que cada hectare de lavoura emite, em média, 2,9 mil quilos de gás carbônico (CO₂) por ano. Ao mesmo tempo, essas lavouras “capturam” cerca de 6,8 mil quilos de CO₂ por hectare, armazenando o carbono nas plantas. O saldo final é positivo: cada hectare de café robusta retira 3,8 mil quilos de carbono da atmosfera anualmente.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, Enrique Anastácio Alves, as práticas sustentáveis não beneficiam apenas o meio ambiente, mas também a qualidade do café. “Cobertura verde, manejo adequado e sistemas agroflorestais criam um microclima positivo, reduzem o estresse das plantas, conservam água, aumentam a matéria orgânica e favorecem a ciclagem de nutrientes”, explica.

O pesquisador ressalta ainda que, mesmo com o carbono sendo liberado quando a planta morre ou é cortada, resíduos podem ser usados como lenha na torra, substituindo combustíveis fósseis e mantendo o balanço positivo.

Para Marcelo Ferronato, biólogo e presidente da ONG Ecoporé, o café robusta amazônico representa um avanço importante na agricultura sustentável, mesmo que capture menos carbono do que uma floresta nativa madura. “Um hectare de café sequestra cerca de 6,8 toneladas de CO₂ por ano, enquanto uma floresta madura pode absorver mais de 10 toneladas. Mesmo assim, o café compensa as emissões de três carros rodando por um ano e aproxima a produção agrícola de um modelo mais sustentável”, afirma.

Como é medido o sequestro de carbono?

Uma calculadora, desenvolvida a partir de pesquisas nas lavouras das Matas de Rondônia, permite medir o balanço de carbono na produção. O aplicativo foi criado com base na análise de 150 plantas, avaliando o conteúdo de carbono em raízes, troncos e folhas.

Os pesquisadores também mapearam as etapas da produção do café – uso de adubos, mecanização, mão de obra e secagem – para determinar as emissões de carbono. A calculadora consulta um banco de dados com os padrões de emissão de cada atividade e estima o quanto é emitido por hectare/ano. Esse valor é comparado ao potencial de sequestro do café da região, calculando o saldo final.

O produtor responde a perguntas sobre seu sistema produtivo no aplicativo, e a ferramenta, baseada no Projeto CarbCafé, será apresentada na COP 30.

Rondônia na liderança do café sustentável

Rondônia é responsável por 87% da produção de café da Amazônia e ocupa o segundo lugar no ranking nacional de robusta, atrás apenas do Espírito Santo. Em 2021, o café rondoniense recebeu o selo de Indicação Geográfica, valorizando a produção local, feita principalmente por agricultores familiares (95% dos produtores).

Com produtividade média de 68,5 sacas por hectare, o café robusta da Amazônia tem potencial para se tornar ainda mais sustentável com o uso de adubos orgânicos e sistemas agroflorestais. O estudo também alerta para os desafios das mudanças climáticas, como secas e aumento de temperatura, sugerindo o uso de clones mais resistentes, economia de água e diversificação das plantações.

*Por Raíssa Fontes, da Rede Amazônica RO