O Brasil e a França firmaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento de uma base de lançamento de balões estratosféricos na região de Palmas (TO). A parceria, assinada durante a 7ª Cúpula para a Sustentabilidade Espacial em Paris, visa avançar tecnologias e pesquisas em ambientes de alta altitude.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Centre National d’Études Spatiales (CNES), agência espacial francesa, trabalharão em conjunto no projeto, que conta com a participação da Universidade Federal do Tocantins (UFT). A iniciativa faz parte de um programa maior da AEB para ampliar as oportunidades de voos com balões para a comunidade espacial brasileira e sul-americana.
Segundo Carlos Eduardo Quintanilha, coordenador de Segmento Solo da AEB, o uso de balões estratosféricos é uma alternativa eficaz e mais econômica para testar tecnologias e sensores que, futuramente, poderão ser utilizados em satélites. “Os dados coletados em grandes altitudes são fundamentais para o estudo do acoplamento atmosfera-ionosfera e contribuem para aprimorar a previsão do tempo e clima”, explica Quintanilha.
A parceria com o CNES também permitirá que pesquisadores brasileiros tenham acesso a novas oportunidades de voo em latitudes equatoriais, facilitando experimentos e colaborações internacionais. A UFT desempenhará um papel importante na implantação do Centro de Operações com Balões da Região Amazônica (COBRA), com potencial para gerar resultados significativos em modelos hidroagrometeorológicos para a região de Palmas.
Em 2026, o Brasil sediará a oitava edição da Cúpula para a Sustentabilidade Espacial, um dos principais fóruns internacionais sobre o uso responsável do espaço. A AEB também firmou um acordo com a Secure World Foundation para organizar o evento, demonstrando o compromisso do país com a sustentabilidade espacial.
O presidente da AEB, Marco Antonio Chamon, ressalta a crescente importância da sustentabilidade espacial diante do aumento de satélites em órbita e do acúmulo de lixo espacial. Ele cita o incidente com o satélite Amazônia 1, atingido por um fragmento espacial, como um exemplo da necessidade de atenção constante ao tema.
A AEB é responsável por formular e executar a Política Espacial Brasileira, buscando promover o desenvolvimento do setor espacial em benefício da sociedade.











