Conhecido nacionalmente por sua trajetória à frente do grupo Clareou, o cantor Branco mostra que o talento vai muito além da música. Apaixonado pelo palco, o artista vive uma nova fase criativa com o espetáculo “Caos em Cena”.
Com mais de 16 anos dedicados ao teatro, Branco dá vida a um projeto que mistura arte, reflexão e entrega total. Inspirada no livro da diretora norte-americana Anne Bogart, a montagem propõe um mergulho no nascimento do personagem e, por extensão, no caos da própria vida.
“Caos em Cena não é uma dramaturgia tradicional. Partimos das ideias da Anne Bogart, que fala sobre como o personagem precisa nascer, criar consciência, corpo, voz e história. O caos representa justamente esse processo, que é intenso e transformador”, explica o artista.
A relação de Branco com o teatro começou ainda no Nós do Morro, no Vidigal, quando buscava vencer a timidez e aprimorar sua presença de palco como cantor. O que seria apenas uma experiência pontual acabou se tornando uma paixão definitiva. “Comecei meio por acaso, mas me apaixonei completamente. O teatro virou um ofício, um estilo de vida. É uma arte que me desafia e me alimenta todos os dias”, conta.
Em “Caos em Cena”, Branco encara temas universais como medo, julgamento, vulnerabilidade e criação. “A Anne diz que toda decisão é um ato violento, porque ao escolher um caminho, todas as outras possibilidades morrem. A peça fala disso, do desconforto criativo, da exposição, de emprestar o corpo e a mente para dar vida a uma nova história. É intenso, mas libertador”, afirma.
Sem deixar a música de lado, o cantor vem conciliando os projetos do Clareou com sua rotina de ensaios e apresentações teatrais.
Ele também estuda dublagem, área que considera uma extensão natural do trabalho do ator. “Hoje consigo equilibrar as duas coisas. Quando tenho peça, ajusto meus ensaios e sigo firme nas duas paixões. Agora é pra ficar. Nunca mais saio desse caminho”, finaliza.
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