18 de outubro de 2024

Bioeconomia e Inovação: Chave para Sistemas Alimentares Sustentáveis na Amazônia

Em Belém, especialistas debatem sobre a transformação no campo através da bioeconomia

BELÉM – Na busca por soluções para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, especialistas e autoridades apontam para a bioeconomia como alternativa à práticas ilegais. No último domingo (6), em Belém (PA), os participantes da plenária “Diálogos sobre Bioeconomia Amazônica: Transformação Rural Inclusiva” ressaltaram a importância da tecnologia e inovação no estabelecimento de sistemas alimentares sustentáveis de alto valor agregado para a região.

Transformação Rural Inclusiva

Maria Helena Semedo, vice-diretora da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), defendeu uma bioeconomia amazônica inclusiva, onde povos indígenas e comunidades tradicionais desempenham papel ativo. “Estamos falando do uso sustentável dos recursos da região para a produção de alimentos e outros produtos de alto valor agregado”, destacou.

A especialista da FAO enfatizou a necessidade de pesquisas, inovação tecnológica e a valoração dos saberes tradicionais no processo de desenvolvimento. Também apresentou pontos de discussão para a transformação inclusiva da região, como combate à fome, redução de desigualdades e fortalecimento da agricultura familiar.

Visão Estadual sobre a Bioeconomia

Helder Barbalho, governador do Pará, expôs que em 2022 foi construído o plano estadual de bioeconomia, focando em 43 produtos potenciais para exportação. Segundo ele, há uma projeção de exportações de US$ 120 bilhões anualmente. “Isso significa 0,3% de toda a oportunidade que a bioeconomia pode trazer para nossa região”, afirmou, enfatizando a necessidade de investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Proteção da Amazônia

Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, ressaltou metas como proteger 80% da Floresta Amazônica, zerar o desmatamento e avançar na titulação de territórios. “Sem proteção e regularização jurídica não é possível avançar em novos sistemas de produção”, disse.

Já o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, reforçou o comprometimento em encerrar a destruição da floresta e agressões a povos tradicionais.

Impulso à Agricultura Local

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, destacou o incentivo à produção local e desenvolvimento de agricultura regenerativa, com ênfase em produtos como açaí, cacau e castanha.

Rumo à Cúpula da Amazônia

Após as discussões iniciais, foram formadas mesas técnicas. Vale ressaltar que os “Diálogos Amazônicos” antecedem a Cúpula da Amazônia. A cúpula, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de agosto, reunirá países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e outros convidados, visando fortalecer a colaboração em prol da sustentabilidade na região amazônica.