O Banco Central (BC) voltou a agir no mercado cambial nesta sexta-feira (20). Com novas intervenções, a instituição realizou dois leilões e injetou US$ 5 bilhões para conter a alta do dólar.
A primeira oferta foi realizada logo no início dos negócios, com a venda de US$ 3 bilhões à vista. Em seguida, houve um leilão de US$ 2 bilhões, mas com o compromisso de recompra para julho de 2025.
Uma terceira intervenção estava prevista, mas nenhuma proposta foi aceita pelo BC.
Detalhes dos leilões desta sexta-feira
Venda de US$ 3 bilhões à vista
- Horário: abertura do mercado.
- Valor: US$ 3 bilhões.
- Cotação do dólar: R$ 6,082, com queda de 0,66%.
- Anúncio: feito na noite anterior, quinta-feira (19).
Venda de US$ 2 bilhões com recompra
- Modalidade: leilão de linha com compromisso de recompra em 2 de julho de 2025.
- Cotação: R$ 6,584.
- Propostas aceitas: cinco.
Intervenção anterior do BC já havia injetado US$ 8 bilhões
Na quinta-feira (19), o Banco Central também realizou duas intervenções expressivas. Foram vendidos US$ 8 bilhões em leilões à vista, ajudando a derrubar o dólar após uma semana de alta.
Durante essa operação, quando a moeda chegou a bater R$ 6,30, o BC injetou US$ 5 bilhões em uma única transação, a maior intervenção à vista já registrada.
Volume total de dólares injetados passa dos US$ 20 bilhões
Desde a semana passada, o BC vem atuando para controlar o câmbio:
- Total injetado: mais de US$ 20,76 bilhões.
- Entre 12 e 19 de junho:
- Leilões de linha: US$ 12,7 bilhões.
- Leilões à vista: US$ 8 bilhões.
Como os leilões impactam as reservas internacionais
As intervenções do BC para vender dólares afetam diretamente as reservas internacionais do país:
- Leilões à vista: reduzem as reservas, pois o BC vende dólares diretamente do montante armazenado.
- Leilões de linha: funcionam como um empréstimo, já que o BC se compromete a recomprar os dólares no futuro.
Mesmo com essas vendas, as reservas internacionais estavam em US$ 352 bilhões até quarta-feira (18), o menor valor desde abril.
Por que o Banco Central está intervindo?
A disparada do dólar tem impactos diretos na economia:
- Aumento da inflação: preços de produtos importados sobem.
- Pressão sobre combustíveis: petróleo e derivados ficam mais caros.
- Incertezas econômicas: afetam investidores e empresas que dependem de importação.
Com essas intervenções, o BC busca reduzir a volatilidade e manter o dólar em patamares controlados.
Situação atual do mercado
Mesmo após as intervenções, o mercado segue atento aos próximos passos do Banco Central e às condições econômicas globais. O câmbio ainda é influenciado por fatores como:
- Taxa de juros nos EUA.
- Tensões políticas e fiscais no Brasil.
- Demanda por dólares no mercado internacional.