O Banco Mundial manteve a previsão de crescimento da economia brasileira em 2,4% para 2025 e projeta uma desaceleração para 2,2% em 2026, conforme divulgado em relatório nesta terça-feira (7). A instituição aponta que o país seguirá em um ritmo moderado, alinhado com o desempenho da América Latina, região que continua sendo a de menor crescimento global.
A projeção para a América Latina e Caribe é de crescimento de 2,5% em 2026, ligeiramente superior à estimativa de junho (2,4%). Para este ano, a estimativa permanece em 2,3%, representando uma leve melhora em relação aos 2,2% de 2023.
Desempenho do Brasil em relação a outras projeções
As estimativas do Banco Mundial para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 e 2026 superam as projeções do Banco Central do Brasil (2% e 1,5%) e do mercado financeiro (2,16% e 1,8%). O Ministério da Fazenda, por outro lado, apresenta previsões mais otimistas, estimando um crescimento de 2,3% e 2,4% para os respectivos anos.
A economia do México deve expandir 0,5% em 2024, acima da previsão anterior de 0,2%, com uma aceleração para 1,4% em 2025. O Banco Mundial ressalta que a América Latina e o Caribe enfrentam o crescimento mais lento do mundo, influenciado por fatores externos e internos.
Entre os fatores externos, destacam-se a desaceleração global e a queda nos preços das commodities, importantes para países como Brasil, Chile, Venezuela e Bolívia. No âmbito interno, pesam a política monetária restritiva, o baixo investimento público e privado e a contenção de gastos governamentais.
“Os governos da região têm conduzido suas economias por meio de repetidos choques, preservando a estabilidade”, afirmou Susana Cordeiro Guerra, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. “Agora é o momento de continuar a construir sobre essa base, acelerando as reformas para melhorar o clima de negócios, investir em infraestrutura favorável e mobilizar o capital privado.”
Situação da Argentina e Bolívia
A Argentina continua sendo a economia de crescimento mais rápido da região, mas sua estimativa para 2025 foi revisada para baixo, de 5,5% para 4,6%. Para 2026, a projeção é de desaceleração para 4%. A economia da Bolívia, por sua vez, deve apresentar contração em 2024 e 2025, em um cenário desafiador para o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais.
O Banco Mundial observa que, embora haja expectativa de estabilidade de preços, as metas de inflação se tornaram mais difíceis de alcançar e as taxas de juros estão diminuindo em um ritmo mais lento. A incerteza em relação às políticas comerciais globais, impulsionada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, tem afetado os investimentos em diversos setores.
O relatório aponta que barreiras como infraestrutura inadequada, favorecimento de empresas já estabelecidas e deficiências na educação em todos os níveis estão dificultando o empreendedorismo e o crescimento de grandes empresas. “As empresas querem contratar mais pessoas, mas não conseguem encontrar trabalhadores qualificados”, disse William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. “Isso reflete problemas tanto no sistema escolar quanto no sistema de treinamento profissional.”








