Uma parceria entre 30 instituições brasileiras resultou na criação do Banco de Dados de Caracteres Morfológicos de Abelhas Brasileiras (BBTD), uma ferramenta inovadora que consolida informações sobre a diversidade e ecologia desses importantes polinizadores.
O estudo, publicado na revista Oecologia, demonstra que as características das abelhas brasileiras divergem significativamente dos padrões observados em regiões temperadas como China, Europa e Estados Unidos. A pesquisa liderada pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) revela que as regras ecológicas tidas como universais são frequentemente invertidas ou subvertidas no contexto neotropical.
Entre os achados, destacam-se a alta proporção de espécies que constroem ninhos acima do solo (48%), tornando-as mais vulneráveis ao desmatamento, a inversão no tamanho corporal entre abelhas sociais e solitárias, e o domínio da socialidade, com quatro vezes mais abelhas eussociais no Brasil do que na Europa.

O professor Evandson José dos Anjos, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Rede em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte) na Unemat, ressalta: “É imperativo dizer que não fazemos ciência sozinhos. Este trabalho é uma reunião de pesquisadores de 30 instituições no Brasil, demonstrando o quanto podemos potencializar a pesquisa quando atuamos em rede.” O BBTD já está disponível ao público e será continuamente atualizado.
Os próximos passos incluem o uso do BBTD para direcionar futuras pesquisas e estratégias de conservação adaptadas aos biomas mato-grossenses, reforçando a necessidade de proteger a biodiversidade brasileira.
Com informações do Portal Amazônia.











