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01 de dezembro de 2025

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Bactérias da Amazônia podem revolucionar medicamentos; entenda

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Pesquisa com solo da floresta usa tecnologia de ponta para descobrir novos antibióticos e antitumorais

Uma viagem de amostras de solo da Amazônia para o maior acelerador de partículas da América do Sul pode ser a chave para medicamentos do futuro. Cientistas do CNPEM e da UFPA estão estudando bactérias “selvagens” da floresta, que não sobrevivem em laboratório, para extrair substâncias com potencial antibiótico e antitumoral.

Os primeiros resultados, publicados em uma revista especializada em dezembro, revelaram que metade das enzimas encontradas eram desconhecidas pela ciência. A corrida contra o tempo, porém, é intensa: em 2024, a Amazônia registrou o maior número de queimadas em 17 anos.

Como a pesquisa funciona?

O processo envolve três etapas principais:

  1. Coleta no Pará: Pesquisadores recolhem solo do Parque Estadual do Utinga, em Belém, onde bactérias das classes Actinomycetes e Bacilli são abundantes.
  2. Sequenciamento genético: Usando tecnologia de nanoporos, mapeiam o DNA das bactérias em tempo real.
  3. Análise no Sirius: No acelerador de partículas de Campinas (SP), identificam como os genes produzem moléculas complexas.

“Essas moléculas são a base de mais de 2/3 dos medicamentos já criados no mundo”, explica Daniela Trivella, coordenadora do estudo no LNBio.

Por que a Amazônia é tão importante?

As bactérias da floresta evoluíram em um ecossistema único, criando substâncias que não existem em outros lugares. O problema? Menos de 1% delas sobrevivem em laboratório.

“Sem técnicas como a metabologenômica, perderíamos 90% do potencial desses microrganismos”, diz Trivella. A solução foi “enganar” bactérias de laboratório para que produzissem as moléculas amazônicas.

Principais descobertas até agora:

  • Substâncias com ação contra infecções resistentes.
  • Moléculas capazes de inibir células tumorais.
  • Genes nunca antes catalogados em bactérias do gênero Streptomyces.

O desafio da devastação

Enquanto a ciência avança, as queimadas ameaçam apagar espécies ainda não estudadas. Em 2024, o bioma perdeu áreas equivalentes a 3 mil campos de futebol por dia.

Para acelerar as pesquisas, o governo federal anunciou R$ 500 milhões em investimentos até 2030. O objetivo é transformar a biodiversidade em valor econômico, protegendo a floresta.

Próximos passos

As equipes planejam expedições para a Amazônia Oriental, onde a diversidade bacteriana é ainda maior. “Queremos criar um centro de pesquisa multiusuário na UFPA”, adianta Rafael Baraúna, um dos coordenadores.

Enquanto isso, o Sirius segue analisando até 10 mil amostras por dia – um ritmo que, esperam os cientistas, superará a velocidade da destruição.