A Prefeitura de Ariquemes, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEMDES) realizou, ao longo da última semana, dezenas de ações voltadas ao combate à exploração sexual infanto-juvenil.
As atividades foram encerradas na última sexta-feira (18) com uma extensa programação no Distrito Bom Futuro, área de garimpo de cassiterita. Elas fazem parte da campanha ‘Faça Bonito’, que através da Lei Federal nº 9.970 do ano 2000, instituiu o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
“A escolha de encerrar a campanha no garimpo se deu pela necessidade de expandir a conscientização além do perímetro urbano, uma vez que a violência ocorre em todos os lugares e nós entendemos que há esta necessidade de conscientizar a todos sobre medidas protetivas e incentivar a denúncia quando o abuso acontece”, explicou Gisele Jasset, secretária da SEMDES.
Preventivas
O centro de disseminação das informações preventivas foi a Escola Municipal Padre Ângelo Spadari. Alunos e comunidade tiveram acesso a palestras educativas e lúdicas voltadas ao tema, além de instruções de primeiros socorros, ministradas por integrantes da Associação dos Bombeiros Civis do Estado de Rondônia.
A Ordem dos Advogados do Brasil, subceção Ariquemes, também participou com o grupo OABzinho e a Polícia Militar deu apoio ao longo de toda a programação. “É uma união de esforços necessária para combater esse mal que ainda assola a sociedade. Todos precisam se conscientizar e denunciar os abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes. Só assim teremos uma sociedade mais justa e saudável”,, afirmou o prefeito Thiago Flores.
Abusos
Segundo o Conselho tutelar de Ariquemes a média é de cinco abusos denunciados por semana na cidade, número que representa aproximadamente 15% das violências cometidas. As denúncias podem ser feitas anonimamente pelo disque 100 ou através do Plantão (69) 9 8487-7725
A data
No dia 18 de maio de 1973, a menina Araceli Cabresa Sanches, de 8 anos de idade foi sequestrada, drogada, espancada , estuprada e assassinada por membros de uma família tradicional de Vitória – SC. Os autores do crime brutal foram identificados como Paulo Heleal e Dante de Brito, que nunca foram condenados, embora fossem conhecidos por promoverem festas onde drogavam e violentavam meninas. O silêncio da sociedade que se recusou a colaborar com denúncias, garantiu a impunidade dos envolvidos.
Vinte e sete anos mais tarde nasceria a Lei Federal 9.970, instituindo a data como memorial sob o qual ações de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes deveriam ser desenvolvidas em todo território nacional.
