A região de Macapá e Santana, no Amapá, tem um papel fundamental na economia do estado. A Área de Livre Comércio (ALC) local foi criada para fortalecer a integração da Amazônia Oriental com o restante do país, incentivando a permanência da população e atraindo investimentos.
Macapá concentra a maior parte das empresas cadastradas na ALC, enquanto Santana se destaca pela sua localização estratégica, abrigando o principal porto do Amapá. Juntas, as duas cidades são responsáveis por mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
Santana, a cerca de 20 quilômetros da capital, é a segunda maior cidade do Amapá. Sua economia é impulsionada pelo comércio, serviços e exportações, com destaque para o Porto de Santana, que facilita o escoamento de produtos, como grãos, para diversos mercados.
Apesar do potencial, a região enfrenta desafios como infraestrutura precária, problemas logísticos e a necessidade de divulgar melhor os incentivos fiscais disponíveis.
Macapá: polo comercial e empresarial
Em Macapá, havia 1.189 empresas cadastradas na ALC até 2013. A maioria (87%) atua no comércio, seguidas por serviços (10%) e uma pequena parcela na indústria (1,77%). Isso mostra a força do comércio na capital, impulsionado pela demanda interna e pela sua função como centro administrativo do estado.
As compras no mercado nacional pelas empresas de Macapá reforçam essa concentração comercial. Em 2012 e 2013, mais de 95% do volume total de compras foi direcionado ao comércio, enquanto a indústria representou menos de 1%.
As exportações de Macapá são menores em comparação com Santana. Em 2012, o município respondeu por 3,9% do total exportado pelo estado, e em 2013, essa participação subiu para 6,75%, mas ainda é relativamente baixa.
Santana: logística e exportações em crescimento
Santana tem cerca de 109 mil habitantes e um PIB de R$ 1,2 bilhão em 2010, o que representa 15% do PIB estadual. A cidade abriga o Distrito Industrial do Amapá e o Porto Público da Companhia Docas de Santana, um ponto estratégico para as exportações.
A vocação logística de Santana se reflete nos números das exportações. Nos primeiros três trimestres de 2013, a cidade exportou mais de US$ 58 milhões, quase o dobro do ano anterior. Os principais produtos exportados são madeira em partículas, óleo de soja, bagaços de soja e derivados do açaí.
Empresas como a Sambazon, que trabalha com produtos de açaí, e empresas de outros estados, como do Mato Grosso, que investem em silos no porto para o escoamento de grãos, também contribuem para a economia local.
Desafios e perspectivas para o futuro
A ALC de Macapá-Santana ainda enfrenta obstáculos, como a infraestrutura portuária deficiente, problemas no abastecimento de energia elétrica e acesso limitado à internet. Questões fundiárias e a falta de divulgação dos incentivos fiscais também são desafios.
Em Santana, há áreas abandonadas no Distrito Industrial e a necessidade de regulamentar a Zona Franca Verde, que oferece incentivos para produtos com matérias-primas regionais.
Para melhorar a situação, propõe-se a criação de fóruns empresariais, a parceria entre a Suframa, os governos locais e o Sebrae, e a melhoria da logística no porto e no distrito industrial. Essas medidas visam transformar o potencial estratégico da região em desenvolvimento real e comércio seguro.
A união de Macapá e Santana continua sendo o centro da economia amapaense. Com uma participação significativa no PIB estadual e uma localização privilegiada às margens do Rio Amazonas, as duas cidades têm condições de expandir suas atividades industriais, comerciais e logísticas. A superação dos desafios de infraestrutura é fundamental para que a região se consolide como uma porta de entrada e saída de produtos amazônicos para o mercado internacional e para fortalecer o comércio local.










