Por: Victoria Ângelo Bacon
Vilãs das eleições? Ou instrumento útil para o cidadão tomar sua decisão de voto? Pesquisas eleitorais costumam despertar paixões, sobretudo de candidatos e de seus partidários. Quem está à frente na corrida eleitoral comemora. Mas elas costumam ser desacreditadas pelos concorrentes que se saem mal nas sondagens e que, no dia da eleição, têm mais votos do que indicavam os últimos levantamentos. Para eles, as pesquisas manipulam o eleitor. Mas, enfim, é possível confiar nos levantamentos eleitorais?
Um ponto essencial é compreender que pesquisas são retratos do momento. E que, numa campanha, o eleitor pode mudar de opinião com rapidez. Especialistas costumam dizer que o mais importante é ver o resultado de uma sondagem eleitoral como uma tendência – e não como um número definitivo.
O fato é que levantamentos de opinião pública obedecem a uma metodologia científica que vem sendo usada para prever resultados eleitorais, com sucesso, desde a década de 1930, nas principais democracias ocidentais. Se uma pesquisa for bem formulada e conduzida, não há por que desconfiar delas.
É pertinente pensar também se estas últimas pesquisas divulgadas sobre os aspirantes a cargo de presidente e de governadores retratam mesmo as opções que o eleitor brasileiro enxerga neste momento. Maxwell McCombs e Donald Shaw, estudiosos da opinião pública, argumentam que a “intenção” de voto captada pelas pesquisas de opinião reflete, por um lado, as informações que ocupam a pauta na agenda da mídia e, por outro, são resultado do bate-papo que os eleitores mantêm sobre a corrida eleitoral.
Estamos exatamente a dois meses do pleito eleitoral e é notório que o assunto ainda não predomina na agenda da grande mídia, e também está distante da rotina pessoal do eleitor brasileiro, que vê com grande desconfiança os partidos e os políticos do país. Portanto, o que as pesquisas vêm mostrando até esse momento não vai além de pura especulação.
A arte do perdão
Apesar do discurso de que Dilma Rousseff foi vítima de um “golpe”, o PT se aliou em 15 Estados a partidos que apoiaram o impeachment da presidente cassada em 2016 e integraram o governo Michel Temer. Levantamento feito pelo Estado mostra que o PT será cabeça de chapa ao governo nas eleições 2018 em seis Estados em coligações com partidos que foram favoráveis ao impedimento. Na mão inversa, outros nove candidatos a governador de siglas que votaram pelo afastamento de Dilma vão ter o apoio do PT.
Trato difícil
STF já decidiu que não é possível cobrar nada obrigatório de trabalhadores não sindicalizados, por isso vai ser difícil para Geraldo Alckmin cumprir o trato que fez com o Solidariedade, de restabelecer o imposto sindical extinto na reforma trabalhista. O
Brasil tem 17 mil sindicatos e sindicato hoje dá muito dinheiro e prestígio político. Mas acredito que a tendência é caminhar para uma representação mais consequente dos trabalhadores.
Puro sangue (1)
A decisão por Wagner Garcia para ser o vice de Mauro de Carvalho (MDB) pegou os bastidores da política rondoniense na moita. Wagner é o principal aliado de Confúcio Moura. Não há aliança para a eleição de dois senadores do MDB e matematicamente no universo da política esse resultado é impossível. O grupo de Raupp não queria o ex-governador na condição de candidato ao senado. Prevaleceu a “força” do grito do grupo de Confúcio. Raupp vem se mantendo a cada dia afastado de Confúcio e as coisas devem piorar, após a entrada descomunal de Wagner na chapa puro-sangue.
Puro sangue (2)
Nunca na história política uma chapa puro-sangue levou uma eleição em Rondônia. Se é cultural ou não, a única verdade é que a política dessas terras de Rondon não há apetite do eleitor em optar por candidaturas sem a miscigenação política que faz parte do jogo eleitoral. É um erro brusco das candidaturas puro-sangue se observarmos o movimento político atual e as eleições passadas.