Por: Victoria Ângelo Bacon
O governador eleito Marcos Rocha (PSL) a partir de 1º de janeiro terá como missão responder aos eleitores que lhe confiaram os mais de 500 mil votos em 28 de outubro.
Os desafios são enormes, pois Rondônia necessita urgentemente de um novo modelo que alavanque seu desenvolvimento. A necessidade de atrair investimentos é um dos desafios do governador. A quantidade de jovens entre 18 e 29 anos fora do mercado de trabalho é percentualmente o maior do Brasil com cerca de 40% conforme pesquisa realizada pela PNAD em julho de 2018.
Na educação pública, o governador eleito deverá priorizar o ensino médio. A quantidade de alunos que iniciam o processo de escolarização no ensino fundamental e não concluem é relativamente alto e preocupante. A escola não está conseguindo manter os alunos no Ensino Médio até o final do terceiro ano. Há escolas conde a taxa de evasão chega a 75% em relação à matrícula.
Na saúde, a demora no atendimento ainda é a problemática do sistema em Rondônia. A questão norteadora não é a falta de pessoal, mas sim gerência e planejamento. Há cirurgias desmarcadas por questão banais.
Na segurança o governador não pode errar. Ele, que é oriundo da Polícia Militar, conhece os mecanismos e trâmites da arquitetura de combate ao crime. A taxa de homicídio em Rondônia cresceu assustadoramente, principalmente entre os jovens que deveriam estar matriculados numa escola ou em um curso técnico.
O mote principal é que o governador eleito e equipe terão maiores dificuldades com a economicidade. Rondônia tem um péssimo modelo de gestão de pessoal comparado a outros estados da federação. O Poder Público se transformou uma rede de lotar pessoas em cargos na troca de favores e conchavos. As urnas mostraram que o eleitor não quer mais esse tipo de politicagem, que acabou viciando a Administração Pública.
A necessidade de atrair turistas, investir na infraestrutura rodoviária, hidroviária, portuária e aeroportuária são desafios que o futuro governador enfrenará a partir de janeiro. Não há como investir se não há contrapartida do Poder Público.
A realidade política que Marcos Rocha terá à frente será complemente diferente dos outros governadores de Rondônia. O eleitor disse não à velha politicagem. Caberá ao governador eleito corresponder às ansiedades de rondonienses e rondonianos. A equipe de transição será responsável por conhecer a realidade em que se encontra o Estado.
NA MIRA DAS UNIVERSIDADES.
O presidente eleito deverá mudar os critérios adotados para a escolha de reitores. A legislação dita que a escolha do Reitor deverá ser feita em lista tríplice encaminhada ao Presidente da República para decidir um nome entre os três. Desde FHC, respeita-se o mais votado na consulta. O critério é errado, pois não há democracia na escolha. Os docentes têm peso de 70% dos votos. O interesse da Administração Pública deve ser colocado acima de qualquer fator. As Universidades Públicas no governo do PT evidenciaram um verdadeiro festival de orgias com o dinheiro público.
SECRETARIADO DE MARCOS ROCHA.
O governador eleito deve anunciar sua equipe de governo nas proximidades do Natal. Creio que a estratégia do governador é favorável, pois assim evita a tentativa de sequestrar nomes bons. Sabemos que infelizmente a politicalha ainda é forte nos corredores e bastidores do CPA. O governador eleito fica imune a possíveis ataques dos “aliados” de última hora na tentativa de burlar o seu governo. Rocha tem uma árdua missão.