Por: Victoria Ângelo Bacon
1. É uma eleição surpresa. A 45 dias das eleições, a grande massa tem dúvidas e resistência jamais assistida em outros tempos. Após a operação Lava Jato, edo Movimento Vem Pra Rua, de junho de 2013, foi nos revelado um outro perfil de eleitor.
2. Em Rondônia percebe-se que há “novos candidatos” com discurso repleto de ousadia e coragem. Em um dos discursos do tucano Expedito Junior, em Rolim de Moura, ele tratou de focar na mudança do velho sistema. O tucano sempre esteve diretamente atrelado à política e, atualmente pelo seu filho, que ocupa cargo no parlamento federal e participou do imbróglio em que o seu partido (satélite do PSDB) colocou o país: a pior crise de identidade política, econômica e social jamais vista. Então o porquê do nobre representante do “velho tucanato” desejar tanto vender a imagem de “novo” na política das terras de Rondon?
3. O eleitor não deseja mais esse perfil de candidato com o mesmo discurso, de mostrar a luz no fim do túnel. Não há sequer plano de governo e projeto político entre alguns candidatos ao governo rondoniense e volto aqui a mencionar os tucanos locais, que também não os têm.
4. No cenário nacional, o PSDB de Alckmin está a cada dia se atolando mais no desespero de ter construído uma enorme aliança com os partidos satélites dele e do MDB e não ver sua candidatura decolar. Em outros tempos, mesmo no embate com o PT de Lula nas eleições de 94, 98, 2002 e 2006, quando o partido dos trabalhadores estava em franca ascensão e ganhando o respeito nacional, os tucanos tinham muito mais aceitação e prestígio. Elegeram por dois mandatos um presidente da República e a metade dos governadores nos áureos anos 90. A sua deterioração é o resultado da “velha” política do neoliberalismo em tempos em que o país não dá um passo para mudar seu triste cenário do desemprego.
5. Realmente, o PSDB não conseguiu se reinventar nem lá e nem a cá nas terras de Rondon. Não há possibilidade de um partido que congregou com Michel Temer e seu escudo político (MDB) sonhar ainda com qualquer possibilidade de aventurar-se em um segundo turno. A minha pergunta aos meus leitores: Qual será o discurso dos tucanos (daqui) para descolar dos tucanos (de lá). Parecem viver em mundos diferentes?
Mudança fake
Tratando da temática “o novo na política”, o candidato da Rede por Rondônia, o professor Vinicius Miguel Raduan, que é filho e sobrinho de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Rondônia, parece ter colado no discurso da mudança trazido por sua estrela maior, Marina Silva. A tal Marina que reaparece justamente por esses tempos eleitorais sempre traz um discurso pronto de bolso. Se assistirmos os embates e debates eleitorais das campanhas em que a ambientalista participou nos últimos oito anos, veremos que a candidata da Rede congelou e foi derretida para a eleição. O candidato daqui segue a mesma tendência, trazendo o discurso da mudança com pessoas nada novas ligadas a seu pequeno clã.
Novo rico
O candidato ao Senado Marcos Rogério (DEM) em seu discurso oficial como candidato à Câmara Alta do Parlamento, veio rasgando com frases feitas de mudança, ética e de novo o “novo” na política. Rogério foi um dos políticos que mais enriqueceu com o cargo que ostenta. Além do mais, Rogério sempre atuou para aprovar as medidas do governo Temer, que estão levando o Brasil para o precipício. Um bom aliado do Planalto que agora se comporta como o “novo”.
Derretendo
A situação é gravíssima para Alckmin. Levantamento da Folha aponta que metade dos aliados do tucano apoia presidenciáveis que adversários nos estados. Se o cenário não for revertido pela burguesia paulistana, muito provavelmente, o 2º turno será entre Haddad e Bolsonaro. Anote aí.
Divisão
Os candidatos ao senado pelo MDB de guerra de Rondônia parecem ter outro discurso e serem de outro partido. Confúcio caminha com o vice indicado por ele na corrida eleitoral e parecem nunca ter ouvido ou conhecido o “amigo” Valdir Raupp. Sobrou para Maurão de Carvalho, que convive num partido em que há dois grupos. Raupp está sendo metralhadora nas Redes Sociais a cada publicação de sua movimentação rumo à reeleição (impossível). Confúcio Moura trabalha para eleger a ele e seu vice. Simples assim.
