Quando um debate chega à Suprema Corte, espera-se dela equilíbrio, serenidade e segurança na análise e na uniformização das interpretações das normas legais, mas tudo indica que a eleição se desenha como o golpe de misericórdia no STF.
Os duelos de egos e as cisões internas, exacerbadas desde o processo de impeachment, chegaram ao ponto de ebulição. Não foi por falta de alerta. Há mais de dois anos, vozes ponderadas vêm constatando a deterioração da Suprema Corte.
Numa democracia saudável, o primeiro grau é o ambiente vocacionado para a efervescência de entendimentos. A pluralidade e os embates não são apenas tolerados, mas fundamentais para a produção de um substrato de jusrisprudência que garanta a vitalidade do sistema jurídico, especialmente em temas novos aos olhos dos tribunais.
Quando um debate chega à Suprema Corte, espera-se dela equilíbrio, serenidade e segurança na análise e na uniformização das interpretações das normas legais. No Brasil, ocorre o oposto. O STF se transformou em fator de insegurança jurídica, justamente em temas centrais para a democracia.
Cabe à Suprema Corte a palavra final. As divergências internas deveriam ser apenas uma etapa da construção desses entendimentos, automaticamente superadas pelo protagonismo das decisões, não dos juízes.
No clima polarizado que sacode o país, o STF deveria se apresentar como o último porto seguro na cidadania. Há muito deixou de ser, para se transformar em gerador de tempestades. Nem Bolsonaro, nem Haddad ou Lula. O que mais me preocupa no Brasil que emergirá rachado das urnas é um Suprema Corte sem poder de coesão, fragilizada, conflituada e sem credibilidade. Esta sim é a verdadeira ameaça que se vislumbra no horizonte próximo da Nação.
O DEBATE E A ENTREVISTA (GLOBO X RECORD)
A ausência de Bolsonaro no debate também causou uma certa angustia na TV Globo. A audiência da emissora dos Marinhos era esperada em torno de 70 milhões e registrou 35. A Record que também registrou entrevista com Bolsonaro e nunca assistiu tamanho envolvimento de televisores conectados à emissora do bispo (Macedo). A polarização também ocorreu na TV.
CIRO FOI O DESTAQUE
Ciro apresentou aquilo que nenhum candidato que compareceu ao debate da TV Globo mostrou: propostas viáveis para um Brasil que precisa de menos ilusão e mais realizações. Ciro como é de seu perfil, alfinetou, cutucou e com a espada mostrou seu potencial. Muito bem articulado no debate global, tem grandes chances de caminhar para o segundo turno com Bolsonaro.
EM RONDÔNIA
Teremos sim segundo turno. O fator “O NOVO” de Vinícius Raduan Miguel da REDE é o responsável por termos uma disputa continuada a partir de segunda-feira (08) para o governo. Vinícius puxará muitos votos dos três potenciais candidatos nas pesquisas (Expedito, Maurão e Acir) e, mesmo com a decisão do TSE que atingiu a candidatura do pedetista Acir, Expedito não levará a eleição no domingo. Agora aguardaremos para conhecer o segundo colocado que, se fizer um bom trabalho articulado, marqueteiramente correto e pegar no rabo de palha do rival, leva o governo no próximo dia 28 de outubro.