Após dois anos do sacramento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que a depôs do mais alto cargo da República, não é o PT quem mais está sofrendo com a impopularidade em pleno início da corrida eleitoral, mas sim o PSDB e o MDB.
Pesquisas encomendadas pelos jornais O Globo e Folha de São Paulo constataram que o partido de Temer e de Aécio Neves têm a maior rejeição às vésperas das eleições 2018. Na maioria dos estados, os tucanos estão com enormes dificuldades para fechar alianças. O MDB está tão dividido quanto à eleição presidencial, que o pré-candidato Henrique Meirelles irá bancar sua própria aventura eleitoral.
É o preço do impeachment. Se tivessem deixado a ex-presidente Dilma Rousseff concluir seu mandato, com certeza teriam palco e argumentos para atacar o PT e os partidos da esquerda como culpados do caos que se encontra o país: O maior número de desempregados do planeta Terra com aproximadamente 26,7 milhões (contabilizando os informais).
Tanto PSDB quanto MDB são exclusivamente culpados pelo caos instalado na economia, pois quando Michel Temer assumiu a presidência em agosto de 2016, garantiu à nação brasileira que as marcas ruins e negativas do PT seriam arrebatadas a partir daquela data. Alckmin, que agora está posando de reformista, endossou o governo Temer e os dois afundarão juntos seus partidos de guerra.
Enchendo linguiça
E o Jair Bolsonaro? O oficialmente candidato à presidência, Jair Bolsonaro desconversou quando foi indagado sobre as ações de seu plano de governo caso seja eleito. O candidato não explicou uma vírgula dos questionamentos dos jornalistas da Folha e do Jornal O Globo na manhã desse domingo (22). Jair Bolsonaro enrolou até onde pode e não conseguiu oferecer uma vírgula explicativa da maior problemática que o Brasil enfrenta: A questão da economia atrelada à crise na geração de emprego e renda. O candidato preferiu “encher linguiça” em seu discurso falando como sempre em ações militares de combate à violência. A assessoria de Jair Bolsonaro precisa explicar para o nobre deputado e candidato à presidência que a situação econômica gera desigualdade social que gera desemprego que resulta no aumento da violência.
Incoerências
O vaivém do “blocão”, grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, no jogo de negociações para a corrida presidencial encerrou a semana passada com o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), que deve ser formalizado nos próximos dias. A decisão abrupta se contrapôs a indicações de que o casamento poderia se dar com a candidatura de Ciro Gomes (PDT). Mas o que explica o movimento final do grupo de partidos, que conseguiu manter certa coesão? Simples. Como DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade que foram favoráveis ao impeachment da aliada do PDT a ex-presidente Dilma e apoiaram a Reforma Trabalhista de Temer compartilhariam o mesmo palanque de Ciro Gomes?

Whatsapp
Após ter chamado o candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, de “débil mental” em um grupo de WhatsApp, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, divulgou nota na noite deste domingo, 22, afirmando que não teria usado a expressão se soubesse que ela viria a público. Segundo o ministro, a mensagem a parlamentares do MDB e ao pré-candidato do partido, Henrique Meirelles, tratava de posições pessoais que ele deseja discutir com o partido. Realmente agora o MDB se afunda de vez tendo Marun como um dos coordenadores da campanha de Meireles.
Mar de dúvidas
Os próximos dias devem trazer definições importantes, como com quem fica o PSB e o DEM, que flertam com Ciro Gomes (PDT) e Alckmin. Bolsonaro ficará mesmo sozinho e com apenas sete segundos de tempo de TV? Marina Silva, Rede, também vai para uma campanha brancaleônica? O PMDB batizará a campanha de Henrique Meirelles em convenção no dia 2? O PT fechará de fato com o PROS? O PC do B vai com Manuela d’Ávila ou deve selar apoio ao PT? O jornal Folha de S. Paulo afirma, na edição desta segunda-feira, que até mesmo Joaquim Barbosa (PSB) pode voltar à disputa.