Por: Victoria Ângelo Bacon
Quem poderia ser mais beneficiado com essa aliança nacional? Ciro Gomes, é claro. Faltando apenas 45 dias para o início da corrida eleitoral que definirá os candidatos para o cargo mais almejado do país, o cenário eleitoral inicia uma forte tendência em torno de 17 nomes. É certo que desses 17 nomes seja filtrada a metade.
Há sim um risco de uma eleição polarizada em torno de Bolsonaro e de algum nome da esquerda, porém o centro – seja esquerda ou direita – seriam prejudicados com uma possível vitória do deputado Jair Bolsonaro.
O PC do B já avisou que abre mão de possível candidatura em torno de um projeto Esquerda e Centro Unidos contra o avanço bolsonarista, assim como já o fez o PSB com Joaquim Barbosa há exatos 30 dias. A esquerda liderada pelo PT tem a convicção que Lula não será o candidato e arriscar num nome sem um projeto político é o mesmo que jogar dinheiro pela janela de um edifício.
A junção do PDT, PSB e PC do B fortaleceria o nome de Ciro Gomes como projeto para um segundo turno. Até PSD, PTB, PV e PPS enxergam como interessante a iniciativa de uma união do Centro com a Esquerda, porém o PSDB é a barreira a esse projeto por ter um nome (projeto) definido para as eleições em outubro. Silvio Torres, secretário geral do PSDB é contra qualquer inciativa que sua lógica política seja aliança contra uma possível decisão a favor de Bolsonaro.
O ex-presidente Fernando Henrique é um dos entusiastas dessa união pró-esquerda (centro). Marina Silva é a única que é candidata de fato a não seguir uma possível união do cento com esquerda devido ao projeto trabalhado em torno de sua candidatura pela Rede. Se dará certo, é uma incógnita.
DEFENESTRADO
Em Rondônia há quem acredite na tese de que Ivo Cassol possa ser uma máquina de transferência de votos, caso seja consolidada o indeferimento do registro de sua candidatura ao governo de Rondônia. Em 2010, Cassol experimentou o peso das urnas quando seu candidato João Cahulla foi defenestrado pela aliança Confúcio-Gurgacz. Não será diferente em outubro. A transferência de votos é algo muito específico do momento eleitoral, das regras do jogo e do perfil de quem irá receber esses votos.
TRANSFERÊNCIA
A PF pediu ao STF a quebra do sigilo telefônico do presidente Temer e de seus ministros mais próximos, Eliseu Padilha e Moreira Franco, referente ao ano de 2014. O objetivo é aprofundar a investigação sobre o pagamento de R$ 10 milhões que teria sido feito pela Odebrecht e acertado em um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. Os investigadores buscam telefonemas feitos entre eles nas datas próximas das entregas de dinheiro em espécie relatadas pelos delatores da empreiteira.
LEALDADE
O PSB vem costurando alianças com o PDT em vários estados e a nível nacional. Em Rondônia há quem tente desatar um laço que começou muito bem em 2014. Acir enquanto presidente do PDT estadual cedeu ao PSB de Daniel Pereira e Mauro Nazif o espaço para que Daniel se tornasse vice-governador. A lealdade ainda existe na e (em) política. Se quebrada, tem um preço muito caro a quem trai. Creio que aqueles que desejam acabar com essa aliança iniciada há quatro anos deveria ler O Príncipe de Maquiavel. Daniel Pereira pela sua história sabe o peso da lealdade e fidelidade e aos pedetistas esperar que seja concretizada a aliança com o PSB.