O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou nesta terça-feira (14) as causas do apagão que atingiu todos os estados e o Distrito Federal. Segundo o ministro, a falha foi causada por um incêndio na subestação de Bateias, localizada em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
Silveira enfatizou que o incidente foi um “problema elétrico” pontual em uma estação de grande porte e que o desligamento não se deveu a “falta de energia”. “Não é a falta de energia, é um problema na infraestrutura que transmite a energia”, detalhou o ministro.
Funcionamento do sistema
De acordo com Silveira, o incêndio na subestação provocou uma interrupção significativa no fluxo de energia. O sistema, que opera de forma “praticamente automatizada” pelo Operador Nacional de Sistema (ONS), acionou um corte programado de energia para evitar uma interrupção mais ampla no país.
“O sistema, perdendo uma subestação desse volume de energia (500kV), corta programadamente um percentual em cada estado mais próximo e em alguns outros estados, onde é necessário se fazer uma reprogramação da carga. Assim foi feito, nós imediatamente fomos acionados”, explicou o ministro em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, transmitido pela EBC.
Silveira ressaltou que, ao contrário de apagões anteriores em 2001 e 2021, causados por falta de energia e planejamento, a situação atual não reflete uma escassez de energia. “Hoje nós temos muita energia”, afirmou.
O Sistema Interligado Nacional
Quase todo o Brasil é abrangido pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), responsável pela transmissão de energia entre as regiões do país. O SIN é composto por usinas, subestações e redes de distribuição que totalizam quase 180 mil quilômetros de linhas de transmissão.
Essas linhas permitem a transferência de energia entre regiões, possibilitando que a produção de uma usina hidrelétrica seja enviada para estados com reservatórios em níveis mais baixos devido à falta de chuva.
Restabelecimento do fornecimento
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o retorno dos equipamentos e a recomposição da transmissão de energia ocorreram de forma controlada nos primeiros minutos do incidente. Até 1h30 da manhã, o fornecimento foi restabelecido nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
A região Sul foi a última a ter o fornecimento normalizado, às 2h30 da manhã. O Ministério de Minas e Energia informou que o tempo de recomposição total do fornecimento de energia elétrica no país foi inferior ao de ocorrências similares anteriores.