O uso emergencial da vacina da Janssen no Brasil foi aprovado, ontem, 31, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em votação que analisou o parecer técnico da Agência, a maioria dos diretores seguiu o voto da relatora e diretora Meiruse Sousa. Esta é a quinta vacina aprovada pela Anvisa contra a covid-19.
O terceiro voto, e decisivo, foi do diretor Alex Campos. “Os milhares de mortos anunciados a cada dia no Brasil, quase 2 mortes por minuto, evidenciam um ambiente de terror. É o que apavora a população brasileira. Então cada não e cada sim dessa Agência é sempre um sopro de esperança quando uma vacina é oferecida a população brasileira. Então considerando que as vacinas são a forma mais eficaz de prevenir doenças, eu acompanho a relatora”, disse Campos ao emitir seu posicionamento.
Os votos destacaram os “ótimos resultados” do imunizante em testes com pacientes acima de 18 anos e as autorizações já obtidas pela empresa em outros países. Também foi ressaltado “os benefícios conhecidos e potenciais da vacina, superam os riscos, atendendo os critérios para uso emergencial”.
Potenciais
Relatora do pedido, Meiruse Sousa, avaliou que “os benefícios conhecidos e potenciais da vacina, superam os riscos, atendendo os critérios para uso emergencial”.
Meiruse Sousa informou que o seu voto considerou os resultados preliminares enviados pela empresa, outras autorizações já concedidas mundialmente, bem como as avaliações da equipe técnica, do programa de monitoramento e as obrigações da empresa de apresentar estudos estabelecidos no termo de compromisso.
Ela também citou o fato de a vacina apresentar eficácia com apenas uma dose. A diretora, porém, chamou atenção para a recomendação já emitida pela Anvisa de não administrar doses de diferentes fabricantes em um mesmo paciente.
Uso emergencial
As áreas técnicas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendaram a aprovação do uso emergencial da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. O relatório está em votação, neste momento, pela diretoria da agência.
De acordo com os relatórios, o imunizante apresentou eficácia global de 66,9% em adultos com idade igual ou acima de 18 anos, mas a agência alertou que ainda há incerteza sobre a eficácia da vacina contra novas variantes do coronavírus.
De acordo com o parecer, a vacina mostrou respostas neutralizantes e imunes celulares satisfatórias. Foram três fases de estudos que suportaram a discussão de aprovação. A avaliação da fase três foi responsável por mostrar a eficácia em pacientes acima de 18 anos, que tiveram um aumento de imunidade.
“Precisamos de vacina que gera anticorpo que seja neutralizante e funcional e nesse caso observamos que temos dados de imunogenicidade importantes e significativos”, disse o gerente geral de Medicamentos, Gustavo Mendes.
O governo brasileiro firmou um acordo com a Janssen para entrega de 38 milhões de doses até o último trimestre de 2021. O custo desta aquisição foi de aproximadamente US$ 10 a dose.
Diferente das vacinas da CoronaVac, Pfizer e Oxford/AstraZeneca a vacina da Janssen precisa apenas de uma dose para garantir a imunização contra a covid-19. (UOL)











