A Ambipar protocolou um pedido de recuperação judicial na segunda-feira (28/10) na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, após decisão do conselho de administração. A medida foi tomada em caráter de urgência diante de uma crise de caixa e o risco de pagamento acelerado de dívidas bilionárias.
O pedido foi feito em conjunto com suas afiliadas, incluindo a Environmental ESG Participações. Em fato relevante, a Ambipar também anunciou o ajuizamento pela Ambipar Emergency Response de um processo de falência sob o Capítulo 11 nos Estados Unidos.
Segundo a empresa, o pedido de recuperação judicial ocorreu “após a descoberta de indícios de irregularidades” relacionadas à “contratação de operações de swap pela diretoria financeira e a renúncia abrupta do antigo diretor financeiro”. A companhia informou que a situação resultou em “pedidos de antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores”, após um “forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar”.
As ações da Ambipar registraram forte queda no final de setembro, após a saída de João de Arruda do comando da diretoria financeira, sendo substituído por Ricardo Garcia, que acumulou as funções com as de relações com investidores. No pedido de recuperação judicial, os advogados da Ambipar informaram que já existe um inquérito criminal em andamento para apurar as condutas do antigo CFO e seus associados.
A Ambipar contratou a FTI Consulting para conduzir uma investigação e buscar as devidas penalidades e reparações civis pelos prejuízos causados. A busca pela proteção judicial no Rio de Janeiro foi desencadeada por uma operação de crédito com o Deutsche Bank, que exigiu garantias adicionais e impactou significativamente o caixa da empresa.
As ações da Ambipar foram excluídas dos nove índices da B3 e fecharam o pregão de segunda-feira a R$ 0,58, em comparação com os mais de R$ 10 registrados no final de setembro.