Os estados que integram a Amazônia Legal estão se mobilizando para apresentar uma série de projetos ambiciosos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que acontece em Belém, Pará, até o dia 21. A ideia é mostrar ao mundo como a floresta pode ajudar a combater o aquecimento global e, ao mesmo tempo, gerar renda e bem-estar para a população local.
As iniciativas abrangem áreas como conservação ambiental, bioeconomia – o uso sustentável dos recursos da floresta – e governança territorial, ou seja, a forma como as terras são usadas e protegidas. O objetivo é mostrar que é possível conciliar desenvolvimento e preservação.
Essa articulação entre os governos estaduais, organizações da sociedade civil e instituições de pesquisa busca soluções que partam das comunidades locais e valorizem o conhecimento tradicional.
Os projetos serão apresentados dentro da “Agenda de Ação” do Brasil na COP30, com o intuito de atrair investimentos internacionais e reconhecimento global.
Estratégia unificada dos estados
O Consórcio Interestadual da Amazônia Legal lançou uma estratégia que prioriza temas como o uso da terra, a produção de alimentos, a mineração sustentável, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento de projetos verdes, a transição para energias limpas, a conservação ambiental e a justiça climática – ou seja, garantir que os impactos das mudanças climáticas sejam distribuídos de forma justa entre todos.
Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins defendem que a Amazônia é fundamental para o equilíbrio do clima global, mas também pode ser um motor de desenvolvimento sustentável para a região.
Regularização fundiária e florestas produtivas
Um dos projetos mais importantes é o Programa Caminhos Verdes, que visa regularizar a situação de terras na Amazônia Legal, garantindo o direito à propriedade para cerca de 13 mil famílias, com um investimento de R$ 146 milhões. A regularização fundiária é importante para combater o desmatamento ilegal e promover o desenvolvimento econômico.
Outra iniciativa é a recuperação de áreas degradadas e a criação de florestas produtivas em assentamentos de reforma agrária, beneficiando 6 mil famílias e restaurando mais de 4 mil hectares de floresta. A ideia é mostrar que é possível produzir alimentos e gerar renda sem destruir a floresta.
Carbono, bioeconomia e mercados sustentáveis
Os estados do Acre e Rondônia estão criando um guia de boas práticas para projetos de carbono, que permitem que empresas e países compensem suas emissões de gases de efeito estufa investindo em projetos de conservação florestal. O objetivo é garantir que esses projetos sejam transparentes e eficazes.
O Fundo de Bioeconomia da Amazônia, que busca atrair investimentos privados para cadeias de valor sustentáveis, como a produção de castanha-do-brasil, açaí e outros produtos da sociobiodiversidade, também será um destaque na COP30.
Ciência, adaptação e monitoramento climático
A pesquisa científica também terá um papel importante na COP30. O projeto AmazonFACE, instalado próximo a Manaus, simula as condições climáticas futuras da floresta para entender como ela responderá ao aumento da temperatura e à seca. Os resultados dessa pesquisa ajudarão a criar estratégias de adaptação mais eficazes.
Além da pesquisa, a COP30 também será palco de apresentação de ações de adaptação, governança territorial e fortalecimento das comunidades locais.
Expectativas para a COP30
Os estados da Amazônia Legal esperam, com a participação na COP30, conseguir recursos financeiros, firmar parcerias internacionais e mostrar para o mundo que a Amazônia é uma região estratégica para o enfrentamento das mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável.








