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30 de novembro de 2025

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Amazônia: árvores dão vida a instrumentos musicais

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As árvores da Amazônia vão muito além da sombra e do oxigênio. Elas são a base para a criação de diversos instrumentos musicais, com sons que ecoam por culturas e fronteiras.

A tradição de usar madeiras amazônicas na fabricação de violões, tambores, flautas e outros instrumentos é antiga, combinando o conhecimento artesanal com estudos sobre a acústica. A combinação única de densidade, textura e ressonância torna as espécies da região muito procuradas por fabricantes e músicos do mundo todo.

A madeira, quando bem escolhida e trabalhada, pode influenciar diretamente no timbre, volume e durabilidade de um instrumento. Esse uso valoriza a biodiversidade da floresta, as técnicas tradicionais e a troca de conhecimento entre comunidades locais, artesãos e luthiers especializados.

No entanto, a extração dessas madeiras exige controle e monitoramento. Os exemplares utilizados devem ser provenientes de áreas sob manejo sustentável, com rastreabilidade e autorização ambiental, garantindo a preservação da floresta.

Espécies de árvores mais utilizadas

Entre as espécies mais conhecidas pelos fabricantes, estão o jacarandá-da-Amazônia (Dalbergia spruceana), o mogno (Swietenia macrophylla) e a andiroba (Carapa guianensis). Cada uma possui características que afetam a acústica e o desempenho sonoro.

O jacarandá é tradicional na produção de violões, guitarras e instrumentos de corda, com sua estrutura densa que reflete o som sem abafá-lo. Já o mogno, mais leve e avermelhado, é usado em corpos e braços de guitarras e baixos elétricos, proporcionando um som encorpado e quente. Como destacam estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), espécies como Cedro, Mogno e Urucú são ideais para braços, cabeças e joelhos de violões, devido à sua leveza, resistência e estabilidade.

O uso dessas madeiras é comum em instrumentos artesanais produzidos por comunidades ribeirinhas e povos indígenas, que dominam o manejo e a cura da madeira de forma natural, respeitando os ciclos da floresta.

Além dessas, o pau-amarelo (Euxylophora paraensis) e o angelim (Hymenolobium spp.) são utilizados em instrumentos de sopro e percussão. A leveza e estabilidade dessas madeiras favorecem a produção de flautas, reco-recos e marimbas, amplamente usados em expressões musicais regionais.

Tradição artesanal e sustentabilidade

Os luthiers amazônicos, artesãos especializados em fabricação e restauração de instrumentos, valorizam as madeiras regionais. Oficinas em cidades como Manaus (AM), Santarém e Belém (PA) produzem instrumentos que combinam técnicas tradicionais e inovação.

Pesquisas do INPA e de universidades da região estudam as propriedades acústicas das madeiras amazônicas, auxiliando na conservação das espécies e na criação de alternativas com madeiras secundárias. Além disso, comunidades locais mantêm o conhecimento tradicional sobre a confecção de instrumentos a partir da floresta, fabricando flautas, maracás, tambores e outros instrumentos cerimoniais.

O artesão e percussionista paraense Alexandre Paulemy, de Oeiras, tem se destacado pela fabricação sustentável de instrumentos musicais com materiais reaproveitados da floresta. “Utilizo materiais como madeira, bambu, ouriço de castanha e sementes”, conta. “Ser artesão é uma experiência fantástica, pois permite pesquisar, inovar e criar características próprias.” Com traços marajoaras e afro-amazônicos, Paulemy busca inovar, respeitando a matéria-prima e divulgando a cultura local. Uma de suas produções, o tambor de língua feito de bambu, é uma alternativa sustentável aos modelos industrializados.

*Com informações do Inpa e do Sebrae