Um verdadeiro mergulho no passado do Amapá está aberto ao público na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, em Macapá. A instituição inaugurou um acervo histórico com jornais, documentos e fotografias que contam a história do estado desde 1899.
A coleção reúne edições preservadas de jornais antigos, manuscritos e imagens que retratam o dia a dia de Macapá no final do século XIX e a evolução da capital ao longo do tempo. Para quem gosta de história, é uma chance de ver de perto como era a vida por aqui há mais de um século.
Bernadeth Rodrigues, servidora responsável pelo acervo, destaca a importância de preservar essa memória. “São documentos que vão ficar com a gente para sempre, seja para pesquisas, estudos… Livros que passaram por muitas gerações e que mostram um tempo que não existe mais”, explica.
O primeiro jornal do Amapá
Um dos destaques do acervo é a edição 126 do “Pinsonia”, o primeiro jornal impresso a circular em Macapá. Com uma linguagem formal e cheia de detalhes, o periódico trazia notícias sobre política, economia e a vida social da época. Inclusive, o jornal chegou a criticar um “alarme injusto” que causou pânico entre os moradores.
Política e governantes
Os jornais antigos também mostram a rotina e as viagens de Ivanhoé Martins, governador do Território Federal do Amapá entre 1967 e 1972, durante a ditadura militar. Ivanhoé, natural de Cuiabá (MT) e general do exército, foi nomeado pelo presidente Arthur da Costa e Silva, e deixou o cargo com as mudanças políticas na gestão de Emílio Médici.
Um retrato em fotografias
Além dos documentos escritos, o acervo conta com fotos raras que mostram como eram as ruas e avenidas de Macapá no início e no fim do século XX. As imagens revelam a transformação da cidade e registram momentos simples do cotidiano, ajudando a contar a história da capital amapaense.
Entre as fotos, há registros do escritor Coaracy Barbosa entregando a coleção do jornal “Pinsonia” como um importante artefato histórico para o museu. A nova exposição amplia o conjunto de documentos visuais disponíveis e ajuda a contar a trajetória cultural e social da cidade.
Por Crystofher Andrade, estagiário sob supervisão de Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP











