O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, informou nesta sexta-feira (22) que 238 produtos brasileiros foram retirados do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A medida foi anunciada pela Casa Branca e representa, segundo Alckmin, “um passo importante” na negociação bilateral, beneficiando a competitividade das exportações brasileiras, principalmente de alimentos.
Impacto da Medida
Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), detalhou o impacto real da medida e os desafios que ainda persistem. Atualmente, 22% das exportações brasileiras para os EUA ainda estão sujeitas a sobretaxas de 40% (ou de 10% somadas aos 40%, dependendo do produto), enquanto outros 15% enfrentam uma tarifa extra de 10%.
Por outro lado, 36% das exportações brasileiras para os EUA estão totalmente isentos de tarifas adicionais, e 27% estão sujeitos às tarifas da Seção 232, aplicadas a setores como siderurgia, alumínio e autopeças.
Valores Impactados
Com base nas exportações brasileiras de US$ 40,4 bilhões para os EUA em 2024, o governo detalhou:
- US$ 8,9 bilhões ainda sob o tarifaço de 40%;
- US$ 6,2 bilhões com tarifa extra de 10%;
- US$ 14,3 bilhões isentos de sobretaxas;
- US$ 10,9 bilhões afetados pelas tarifas da Seção 232.
A decisão de Trump, anunciada na quinta-feira (21), que retirou a alíquota adicional de 40% de parte dos produtos, representa uma redução de 37% na parcela do comércio brasileiro sujeita ao tarifaço desde julho. Em contrapartida, a fatia das exportações livres de tarifas adicionais aumentou 42% desde o início da crise.
Preocupações do Setor Industrial
A avaliação do governo é que, embora haja alívio para o setor de alimentos como carne e café, a indústria continua sendo o ponto mais sensível nas negociações. As exportações industriais, por terem maior valor agregado e conteúdo tecnológico, são mais afetadas por perdas de mercado, e a substituição de mercados é mais difícil, especialmente para produtos sob encomenda. A Embraer, por exemplo, continua enfrentando uma tarifa de 10% sobre aeronaves.







