04 de dezembro de 2024

Adolescentes em medidas socioeducativas em Porto Velho realizam testes rápidos de prevenção a infecções

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Começou pela da Unidade de Internação Masculina Sentenciados I (UIMS I), situada na Rua Rio de Janeiro,  no bairro Lagoa o projeto de prevenção e combate a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)/Aids dentro das unidades socioeducativas da Capital. As atividades iniciaram na segunda-feira (14) e terminam nesta quinta-feira (17).

O projeto é fruto da parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) com a Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo (Fease). No cronograma de atividades estão previstas duas etapas. Neste primeiro momento, os 65 socioeducandos da UIMS I participam das palestras de instrução e sensibilização sobre o que são e quais são as ISTs e depois é oferecida a oportunidade de fazerem os testes rápido (TRs), com os kits do Ministério da Saúde, disponibilizados pela Semusa. O objetivo é sensibilizar os adolescentes para o uso do preservativo e a realização do teste rápido para diagnóstico precoce e tratamento.

A assessora de saúde da Fease, enfermeira Laynara Damasceno Cruz, explica que a prevenção  contra as ISTs é uma campanha permanente da Semusa e pensando nisso a Fease se articulou com o núcleo especializado da prefeitura e trouxe o projeto para dentro das unidades socioeducativas de Porto velho, inicialmente na Unidade I, onde existe o maior número de adolescentes sentenciados. “Usamos uma abordagem de comunicação simples e acessível aos adolescentes, com uma roda de conversa e posteriormente é ofertado a quem quiser, o teste rápido para detecção de quatro agravos, sendo Hepatite B, Hepatite C, Sífilis e HIV. A educação em saúde é prevista no programa de atenção à saúde do adolescente, esse público alvo necessita do maior número possível de orientações, desta forma, estamos dando a eles a oportunidade de acesso à informação”, explica.

A coordenadora do programa das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Semusa, enfermeira Maria de Lurdes Oliveira, destaca que a política nacional de atenção integral à saúde do adolescente que cumpre medida socioeducativa garante a promoção, prevenção e controle de agravos e educação em saúde. Por esse motivo a parceria com a Fease acontece para atender estes jovens, dentro das suas necessidades. “Por exemplo, há um crescimento da contaminação por Sífilis, chegando a ser considerada epidemia. Muitos adolescentes não conhecem essa doença e nem as formas de contágio e sua gravidade. Por isso estamos trazendo estas informações e também disponibilizando o teste rápido para Sífilis, HIV e Hepatite B e C para aqueles que se dispuserem a fazer, nós realizamos na hora, com o resultado sigiloso. Se houver resultado positivo, o adolescente já será tratado preventivamente”, destaca.

O adolescente D.A.C, de 17 anos, está achando muito boa as palestras e diz que nunca tinha ouvido falar da sífilis. “Já conhecia esse HIV, mas essa doença sífilis é a primeira vez que escuto algo sobre. É ruim, pois a mulher quando pega pode passar para o bebê e é muito grave. Agora sei como prevenir”, comenta.

Adolescente fazendo o teste rápido para ISTs.

O mesmo relata o adolescente R.C.T.M, de 16 anos. “Achei muito bom participar dessa palestra. A sífilis me chamou mais atenção entre todas as doenças que a enfermeira falou. Vou fazer o teste, quero me garantir limpo”, finaliza.

Ao longo dos quatro dias do projeto, 57 socioeducandos participaram das rodas de conversa e destes, 44  aceitaram fazer os testes rápidos. A garantia do sigilo, do acompanhamento e tratamento dos TRs positivos é do profissional executante. Eles serão tratados na unidade pelo profissional de saúde da unidade, bem como preenchida ficha de notificação para a liberação de medicação e feito acompanhamento da titulação através do VDRL, HIV e Hepatite viral encaminhado para o serviço de atendimento especializado.

O que são ISTs

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.

São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.