Produzir com sustentabilidade e qualidade, esse foi o propósito da 9ª Oficina sobre as Ações de Recuperação e Conversão de Áreas Degradadas, organizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com o governo de Rondônia. O encontro aconteceu na quinta-feira (12), no auditório da Superintendência Federal de Agricultura (SFA-RO), em Porto Velho. A oficina, desenvolvida por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), contou com a participação de gestores públicos e instituições ligadas ao setor agropecuário rondoniense.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, ressaltou a relevância de planejar ações voltadas à conversão de pastagens degradadas em conjunto com o governo federal. “O governo do estado tem trabalhado na aplicação de ações assertivas, que possam agregar à qualidade do solo e, também ao fator econômico para o produtor. Um exemplo prático dessa atuação é o investimento na entrega de calcário aos produtores, primando em melhorar a qualidade e rendimento das pastagens.”
BOAS PRÁTICAS
Na abertura do encontro, o titular da Seagri, Luiz Paulo, destacou a importância da oficina e das ações desenvolvidas pelo governo de Rondônia, em prol das boas práticas para a recuperação de áreas degradas. A estratégia visa unificar a forma de visão do trabalho e, com isso, fortalecer a agropecuária rondoniense.
“O programa Mais Produção/Calcário, leva ao pequeno produtor o insumo, essencial às propriedades. Rondônia é um estado forte no agro e queremos avançar cada vez mais. É isso que o governo do estado, por meio da Seagri e Emater vem fazendo; implementando ações para o pequeno, médio e grande produtor no cenário rondoniense”, afirmou Luiz Paulo.
Segundo o coordenador-geral de Recuperação de Áreas Degradadas do Mapa, Rodrigo Almeida, a importância das parcerias entre governo federal e estadual em prol da execução das ações do programa de recuperação de áreas degradadas. “A parceria é fundamental, uma vez que, nada melhor que falar sobre o assunto com quem conhece a realidade local, para que possamos em conjunto, alinhar diretrizes quanto aos projetos em si. A expectativa é que a partir das oficinas, possamos pensar em uma estratégia estadual de captação de recursos e projetos, além de verificar a viabilização dessas estratégias no campo, mobilizando os produtores. Rondônia tem um potencial de recuperação de áreas degradadas, e de ampliar ainda mais, sem a necessidade de aberturas de novas áreas,” enfatizou.
SOBRE A OFICINA
A oficina em Rondônia, encerrou sua última edição, após aplicação em diferentes estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Pará, Tocantins, Goiânia e São Paulo. As atividades foram definidas a partir das diretrizes do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), e das metas do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária 2020-2030 (Plano ABC+).
CENÁRIO EM RONDÔNIA
De acordo com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig/UFG), existem no estado de Rondônia, aproximadamente 5 milhões de hectares de pastagens com algum nível de degradação e que são passíveis de recuperação ou conversão em sistemas agropecuários sustentáveis, tendo em vista que, a pecuária é uma das principais atividades econômicas do estado.
Conforme apontado pelo coordenador do Grupo Gestor Estadual do Plano ABC+ Rondônia, Antonio Carlos Vieira, a grande preocupação por parte da Seagri está na priorização de políticas voltadas a consolidar o setor. O governo de Rondônia distribuiu até agosto de 2024, mais de 13.500 toneladas de calcário, utilizadas na recuperação de pastagens em todo o estado. Isso equivale a devolver produtividade e rendimento a mais de 3.392 hectares de pastagens que estavam em estágios de degradação, com baixo rendimento.
“O programa funciona desde 2020, atuando sempre no fornecimento calcário e na melhorar da qualidade e rendimento das pastagens, propiciando aos rebanhos maiores ganhos de peso e redução na idade de abate, bem como no aumento de taxa de lotação de animais por unidade de área. Isto é sustentabilidade na prática”, frisou o coordenador.
RESULTADOS
As políticas voltadas ao setor têm trazido resultados expressivos, com grande parte das pastagens em bom estado de conservação e produtividade, de forma que apenas pouco mais de 900 mil hectares de pastagens encontram-se com nível de degradação considerado severo (12,3%). Aproximadamente 40% das pastagens do estado estão com status de degradação ausente e outros 47,7% encontram-se em estado de degradação intermediária. As políticas públicas de distribuição de calcário somadas às ações do ABC+ Rondônia tendem a melhorar, ainda mais, o cenário na região.
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