Por Victoria Ângelo Bacon
Faltando apenas 40 dias para conhecermos o novo governador de Rondônia, a capital se tornou decisiva na escolha. Porto Velho é responsável por aproximadamente 330 mil eleitores, representando 27,5% do eleitorado de Rondônia.
Os fatores são subjetivos para serem discutidos. O comportamento do eleitorado da capital se difere do interior. Determinado candidato ao governo consegue liderar numa região X enquanto o outro numa região Y – isso é fato, analisando o resultado das quatro últimas eleições ao governo de Rondônia (2002, 2006, 2010 e 2014). Se um candidato X tem sua base eleitoral no município de Cacoal, por exemplo, é lógico que ele terá mais expressão no quantitativo de votos na região de Cacoal. Os discursos do candidato de determinada região se focarão no trabalho que ele lá desenvolveu que vai desde a emenda parlamentar até a base construída em prefeitos e vereadores o que ocorre na política local.
Porto Velho, por ter uma característica diferenciada as outras regiões do Estado de Rondônia que se explica pelo fluxo migratório e cultural tende a dividir os votos entre os três candidatos mais cotados a caminhar para o segundo turno. Por termos problemas estruturais de toda a ordem, todos os candidatos miram a capital em seus discursos finais (debates), tanto que as pesquisas eleitorais focam a grande parcela de participantes na capital de Rondônia.
Pelo expressivo percentual de eleitores que aqui residem, Porto Velho mais uma vez se protagonizará na decisão dos dois candidatos que irão para o segundo turno e, consequentemente, caberá a Porto Velho a decisão de quem governará Rondônia pela lógica apresentada no segundo parágrafo desse artigo jornalístico político.
Focar na sua região é o papel do candidato, porém aos eleitores da capital rondoniense caberá a difícil tarefa de escolher no futuro chefe do Poder Executivo. Basta-se observar pela quantidade de candidatos ao cargo de deputado estadual que são de Porto Velho para concluir a importância que a capital terá na decisão desse processo eleitoral tão polêmico comparado a todas as outras eleições anteriores.
CELULAR E AS ELEIÇÕES
As eleições que estão prestes a acontecer podem ficar para história e registrar o fim da era da televisão aberta como o principal meio de informação dos brasileiros para acompanhar a disputa de votos por cargos públicos. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil têm como hipótese a possibilidade de a internet ter mais peso do que nunca na decisão, e mudar em definitivo, a maneira de se fazer campanha eleitoral no país. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SinditeleBrasil), nos últimos quatro anos, o número de usuários de aparelhos celulares 3G e 4G (que permitem acesso a redes sociais) passou de 143 milhões para 188 milhões – diferença de 45 milhões, superior à população da Argentina.
LULA E A PESQUISA IBOPE
Pesquisas estaduais realizadas pelo Ibope mostram que o ex-presidente Lula tem pelo menos 50% das intenções de voto em todos os estados do Nordeste (na pesquisa estimulada e considerada a margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos). Numericamente (quando desconsiderada a margem de erro), o maior valor atingido pelo candidato do PT é no Piauí: 65%. Ele ainda alcança 63% no Maranhão, 62% em Pernambuco, 57% na Paraíba, 56% no Ceará e em Sergipe, 55% na Bahia e 53% em Alagoas e Rio Grande do Norte. O menor índice de Lula é em Santa Catarina (20%).
TRIO PARA O GOVERNO
É certo que teremos um trio forte de candidatos ao governo de Rondônia decidindo o segundo turno: Acir Gurgacz do PDT, Expedito Júnior do PSDB e Mauro de Carvalho do MDB serão esses nomes. Não defendo essa tese baseada em pesquisa Ibope. É o perfil político dos três candidatos. Dois deles, Acir e Mauro, têm mandato eletivo; e o outro já teve, porém tem um filho deputado federal e preside atualmente o segundo maior partido. Não podemos desmerecer nenhum deles, haja vista que os três têm cacife necessário para chegar ao segundo turno. Obviamente que o primeiro turno nunca refletiu a decisão do segundo turno na história eleitoral em Rondônia.
