O oncologista Nelson Teich, que foi escolhido hoje pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde, disse na semana passada que faltava uma liderança clara ano país no combate ao coronavírus.
Teich foi o primeiro ministeriável a se encontrar com o presidente. Participaram da reunião os ministros
Luiz Ramos, da Secretaria de Governo, Jorge Oliveira, da Secretaria Geral, e o general Braga Netto, da Casa Civil, além do secretário especial de assuntos estratégicos da Presidência, almirante Flavio Rocha, e do secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten.
Ele foi questionado como o tensionamento político entre Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, prejudicava o combate ao Covid-19. Eis a resposta:
“Acho que tem duas coisas que são muito ruins em relação a isso. Primeiro, é você não ter uma liderança (no) país, que você perceba uma tranquilidade, que você perceba um equilíbrio. E aí não estou falando especificamente do Mandetta ou do presidente. Estou falando da situação. Porque numa situação como essa, que trabalha com enorme incerteza, modelos matemáticos, análises, tudo é extremamente incerto. Então na prática não adianta você querer contar com isso para adivinhar o que vai acontecer. Você não sabe. Isso é gestão em tempos de crise, mas aqui [na pandemia] a gente tem gestão em tempos de extrema crise. E a gestão em tempos de extrema crise você colhe dados todos os dias tenta enxergar todo dia o que aconteceu até ontem para tomar sua decisão de hoje. E para fazer isso com o mínimo de equilíbrio, você tem que ter tranquilidade e uma cooperação muito grande”.
Na sequência, ele defende um posicionamento político de Bolsonaro de que o combate ä crise deve alinhar preocupações com saúde e economia. “A saúde e a economia não são antagônicas. Foi criada uma situação como se você investisse na saúde não estivesse focando na economia e vice versa, quando na verdade os dois são equivalentes. E a gente nem está lidando com a parte social, que é fundamental. Então na prática você tem que ver todo dia o que corre na saúde, na economia e no social.”
Ele também disse que umas das principais medidas é organizar a informação disponível no combate ao vírus. “Todo mundo sai chutando número, criando mais incerteza e medo. Em épocas de guerra você desenvolve armas nucleares. Hoje a nossa arma é informação de qualidade, fora a parte tecnológica e a formação de pessoas. Esse conflito onde se coloca um contra o outro, quando deveria estar abraçados, é ruim. Não só pela mensagem que é mandada para a sociedade, mas porque não tem cooperação máxima.” Fonte: CNN Brasil











