Tuberculose pulmonar, a mais grave, registrou 520 novos casos em Rondônia em 2017

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Tuberculose pulmonar, a mais grave, registrou 520 novos casos em Rondônia em 2017

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Muitos doentes não saem dos paliativos. Supondo que estão com gripe comum, usam xaropes e procuram o pronto atendimento do SUS ou uma clínica particular, onde fazem nebulização que alivia os sintomas da doença. E daí para a frente se tornam problemas para a saúde pública.

Com esse alerta, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) anunciou a celebração do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, no próximo sábado, 24 de março. Haverá programação com palestras e pit stops em Porto Velho e no interior (leia abaixo).

No evento na capital e noutros municípios, a Agevisa enfatizará a necessidade do doente não abandonar o tratamento.

Conforme dados preliminares, dos 837 casos de tuberculose (Mycobacterium Tuberculosis) notificados em 2017 no estado, 597 são novos, e 520 pulmonares positivas (a forma mais transmissível). Destes, 480 têm confirmação laboratorial (transmitem a doença), informa a enfermeira Clenice Gomes de Souza, da Coordenadoria do Programa Estadual de Controle de Tuberculose.

A situação em Rondônia preocupa, diz a enfermeira: “nossos indicadores epidemiológicos refletem o abandono ao tratamento, e ele é alto”.

Em 24 de março de 1882, o cientista Robert Koch anunciou a descoberta da causa dessa doença, o bacilo TB.

Um infectologista do Programa DST Aids falará a respeito da realidade da doença, a partir de 8h do dia 14, no Hotel Rondon. Ele abordará o tema TB/HIV.

O Distrito Sanitário Especial Indígena confirmou a participação e já recebeu cartazes e camisetas alusivas ao dia. Indígenas de diversas etnias também participarão de pit stops em Porto Velho.

A Comissão Intergestora Bipartite também apoiará o movimento, informa a diretora geral da Agevisa, Arlete Baldez. Ela também pediu o empenho dos 52 municípios para lembrar a data no período de 19 a 23.

A Agevisa alerta a todos os profissionais de saúde: os sinais da doença são sintomas de tosse com escarro por três semanas ou mais – às vezes com sangue –, perda do apetite, emagrecimento, fácil cansaço, dor no peito e nas costas e febre baixa, geralmente à tarde.

CAPITAL TEM MAIOR NÚMERO DE CASOS

Em 2013, essa doença levou à morte 14 pessoas em Rondônia e, em 2014, mais oito. Ela é também conhecida por TB e nunca deixou de existir.

No cômputo preliminar do ano passado, Porto Velho é o município com maior número de casos novos: 299. Em seguida: Ji-Paraná (31); Ariquemes (17); Cacoal e Vilhena (14 cada); e Guajará-Mirim (13).

Um paciente pulmonar não tratado pode, em um ano, infectar de dez a 15 pessoas, mas nem todos adoecem. A infecção fica latente.

DIRETAMENTE OBSERVADO

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de cura deve ser de 85%, enquanto a de abandono, somente de 5%. Em 2016, a cura de casos novos de tuberculose pulmonar positiva foi de 71,3%, e o abandono, de 18,1%.

O que fazer? Clenice aponta, no documento alusivo à data: “a estratégia principal para o êxito no tratamento é cumprir o TDO [tratamento diretamente observado] apoiado pelas equipes do Programa Saúde da Família em unidades municipais, de segunda a sexta-feira”.

Em Rondônia, apenas 14,1% dos casos curados ocorreram por esse método. “É preciso melhorar, e os municípios respondem por isso, porque todos que o fazem apresentam taxa de cura satisfatória”.

TOSSE CONTÍNUA, CANSAÇO E EMAGRECIMENTO

► A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves. É importante manter o ambiente bem arejado e em boas condições de higiene.

► Características: período de latência prolongada (fica encubada); Pneumopatia acentuada (doença acentuada no pulmão); resposta granulomatosa – inflamação crônica causada por granulomas (macrófagos que se desintegram, se transformam em cels epiteliais, vão se unir dando origem à necrose).

► A TB ataca principalmente os pulmões, rins, olhos e ossos. O risco de adoecer é geral, porém é maior entre as pessoas que convivem com doentes de TB pulmonar, sem tratamento, em lugares fechados, e aquelas em condições precárias de saúde, alimentação, habitação, alcoólicos, portadores de AIDS ou de diabetes.