Lacen vai diagnosticar bactéria que pode matar pacientes hospitalizados

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Lacen vai diagnosticar bactéria que pode matar pacientes hospitalizados

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O Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen) anuncia nesta sexta-feira (13) a aquisição de moderno equipamento de automação para a detecção de uma toxina altamente perigosa, produzida por uma bactéria (Clostridium difficile) que pode infectar pacientes hospitalizados e com o uso de antibióticos, podendo levar à morte caso não seja devidamente e precocemente identificado, o agente causador. A informação é do diretor-geral do Lacen, Luiz Tagliane. Somente Rondônia possui o equipamento – de avançada tecnologia – , na rede pública nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, diz Tagliane.
Segundo Tagliane, por ser uma bactéria que só cresce em meios anaeróbios – sem oxigênio -, o Clostridium dificilmente pode ser detectado pelos meios comuns existentes hoje, somente sendo possível, através de equipamentos especiais que detectam as toxinas produzidas por ele.

Toxinas

Ele explica ainda que essa bactéria pode ser produtora de toxinas A e B, sendo as principais responsáveis pela patogenicidade da doença. Esse equipamento detecta a presença tanto da toxina A como da B nas fezes dos pacientes internados, e o mais importante: em apenas 1 hora, o resultado já poderá estar disponível. Trata-se de um avanço, um salto de qualidade que vai ajudar a salvar vidas em Rondônia, diz o diretor-geral.
De acordo com Tagliane, a flora bacteriana intestinal constitui uma barreira natural contra o desenvolvimento de organismos patogênicos. O desaparecimento desta proteção relacionada com a tomada de antibióticos pode levar à proliferação de micro -organismos patogênicos, endógenos ou adquiridos por via hospitalar, como Clostridium difficile. Foi demonstrado que Clostridium difficile era o agente etiológico maior das colites pseudomembranosas, a CPM associadas à administração de antibióticos.
Segundo Luiz Tagliani, a equipe de Microbiologia do Lacen estará recebendo as amostras de pacientes das unidades hospitalares de todo o Estado, a partir do final desse mês, e orientando as CCIH’s no manuseio e transporte das referidas amostras. O resultado será liberado pelo Sistema GAL, online, para o setor competente de cada hospital, no máximo, em duas horas após a chegada da amostra no laboratório.

O que é?

Segundo pesquisadores, a CPM é um síndrome clínica, associado à administração recente de antibióticos, caracterizado por nódulos ou placas pseudomembranosas nas partes distal e sigmóide do cólon e no reto. Além disso, se não for administrado nenhum tratamento, a doença pode ser fatal. O C. difficile está também implicado em colites ou diarréias associadas a antibióticos.
A infecção por Clostridium difficile é levada em consideração nos hospitais, mais especificamente, em casos de quimioterapia, ou de hospitalização de longo prazo. As crianças e doentes atingidos por mucoviscidose foram também considerados portadores assintomáticos de C. difficile toxicogénicos com taxas atingindo 50% nas crianças e 32% nos doentes com mucoviscidose.

Condições difíceis

Essa bactéria pode ser produtora de toxinas A e B, sendo as principais responsáveis pela patogenicidade da doença. Esse equipamento detecta a presença tanto da toxina A como da B nas fezes dos pacientes internados.
Essas bactérias também podem formar esporos, que sobrevivem mesmo em condições difíceis; são resistentes às agressões como calor, meio ácido, antibióticos e à maioria dos desinfetantes comuns, ficando viáveis por meses. Estas características explicam a sua difícil erradicação do meio hospitalar
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Luiz Eduardo Maiorquin, esse diagnóstico trará mais segurança e eficácia ao tratamento de pacientes hospitalizados com uso de antibióticos, e também proporcionará um restabelecimento mais rápido, impedindo que essa bactéria cause danos letais aos pacientes.