Defensores da “ciência” no combate ao Covid19 se apóiam mais em posições políticas do que na própria medicina

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Defensores da “ciência” no combate ao Covid19 se apóiam mais em posições políticas do que na própria medicina

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“Toma 30 comprimidos de cloroquina e sai na rua sem máscara gritando mitooooo”, postou um internauta como comentário de uma reportagem tratando do novo protocolo de uso da hidroxicloroquina publicado nessa quarta-feira pelo Ministério da Saúde. Os críticos do governo Bolsonaro afirmam que o presidente despreza a ciência, mas eles mesmos colocam a política acima de qualquer razoabilidade.

Recente estudo da Universidade Federal do Ceará, chamado de “Proposta de Tratamento da Covid-19 Dependendo da Fase, no Momento do Diagnóstico”, aponta que “a hidroxicloroquina e a azitromicina apresentam um efeito sinérgico, ou seja, ao serem associadas, têm seus efeitos potencializados” no combate à Covid19. Isso porque “essa combinação pode atuar como uma terapia antiviral contra SARS-CoV-2 e prevenir superinfecções bacterianas”. 

Resultados

A afirmação não é política, é científica, e resultado de pesquisas de sete especialistas daquela instituição de ensino superior. Tal protocolo já é utilizado em vários estados do país, com resultados positivos. É preciso deixar claro que tais resultados não são exatamente a cura da doença, mas a redução do risco dos pacientes morrerem, como também de reduzir o tempo de internação e a necessidade de medidas invasivas como o uso de ventiladores mecânicos.

O crime de olho nas oportunidades da Covid19

No mesmo dia em que o Ministério da Saúde publicou o novo protocolo do uso da hidroxicloroquina, o mundo ficou sabendo da prisão do ministro da Saúde da Bolívia por compra superfaturada de ventiladores mecânicos da Espanha. Foram 179 equipamentos por quase US$ 5 milhões. O preço unitário foi de US$ 27,6 mil, sendo que a mesma empresa que fez negócio com a Bolívia vende os mesmos equipamentos por valores entre US$ 10,3 mil e US$ 11,9 mil. 

O destaque da notícia é que o governo da Bolivia fez a compra usando recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. Exatamente por este motivo, dois funcionários da entidade financeira mundial foram convocados para depor.

Denúncias

No Brasil, as denúncias de superfaturamento em ações voltadas ao combate ao coronavírus estão pipocando por todo lado. Em breve, a Polícia Federal deverá apresentar resultados das investigações, mostrando que a Pandemia tem sido uma grande oportunidade para o crime organizado. Isso estaria no campo das suposições, se não estivesse ocorrendo em praticamente todo canto do planeta. No dia 16 deste mês, a edição da revista britânica The Economist traz a reportagem intitulada “Covid Nostra”, mostrando como a pandemia tem criado grandes e novas oportunidades ao crime organizado. Covid Nostra é nada mais que um trocadilho com a expressão “Cosa Nostra”, que é como a Máfia Italiana é conhecida: coisa nossa.

Coisa nossa é exatamente a forma como a oposição ao governo Bolsonaro vem tratando a Pandemia. Tomaram para si toda e qualquer prerrogativa de ações positivas, como é o caso do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), que nega decretos de Bolsonaro para a flexibilização da economia, chamando o presidente de “terraplanista” e afirmando que no Maranhão “seguimos as orientações da ciência”. No entanto foi o próprio Dino quem determinou, ainda no início do isolamento social, a distribuição de cestas básicas para a população, criando grande aglomeração e confusão nas cidades do Estado. Estranhamente, a mídia não apontou o erro do governador do Partido Comunista do Brasil.

Efeitos colaterais não são exclusividade da hidroxicloroquina

A Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia vem adotando o uso da hidroxicloroquina juntamente com azitromicina e ivermectina. Ninguém oculta a possibilidade de efeitos colaterais. Afinal de contas, profissionais da saúde que se prezem sabem que é muito grande a gama de medicamentos capazes de causar efeitos colaterais durante tratamentos – não se trata de uma exclusividade da hidroxicloroquina. Uma médica ouvida pela reportagem fez o seguinte comentário: “Quimioterapias para câncer causam terríveis efeitos colaterais. Tem paciente que até desiste dos tratamentos, mesmo com o risco de morrer”, afirmou.

Na noite anterior à publicação do novo protocolo do uso da hidroxicloroquina, o Ministério da Saúde fez publicação no twitter destacando o número de pessoas curadas da Covid19, chamando de “placar da vida”. “Uma enxurrada a de pessoas criticou”,  nas redes sociais, o governo “de tirar o foco das mortes”, de acordo com reportagem da Folha de São Paulo. O curioso é que o governo não escondeu o número de mortes causadas pela Covid19. 

Muitos gritam “ciência” enquanto fazem campanha do terceiro turno de 2018

É inegável que a pandemia está sendo usada de forma maciça como ferramenta política, exatamente por atores da sociedade que defendem exaustivamente a ciência. Quem perde com isso é a população, que está sendo bombardeada 24 horas por dia com informações que passam ao largo de ciência ou de medicina, e que não passam de propaganda no terceiro turno das eleições de 2018, fato que dá a impressão de que vai durar até 2022.