Ardida como Pimenta: A educação no governo Bolsonaro

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Ardida como Pimenta: A educação no governo Bolsonaro

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Por: Victoria Ângelo Bacon

Professor Stravos Xanthopoylos ou Viviane Senna, quem assumiria a missão de comandar a mais dolorosa das cadeiras da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro?

O MEC está em depressão. Os resultados das avaliações do sistema educacional mostram o quanto o Brasil caiu em relação a outros países.  De todos as preocupações, a educação é o gargalo do atual governo.

Sobre a proposta de Bolsonaro para a educação, há pouco a se dizer. O documento como um todo é substantivo. O diagnóstico é praticamente inexistente: há três quadros, um com resultados do Pisa, uma tabela comparando gastos com educação em diferentes países e um quadro solto, com números possivelmente referentes aos gastos do governo federal com o setor. São amarrados por uma constatação pertinente: o sistema é ineficiente, pois os resultados, mesmo pífios, são incompatíveis com o nível de investimentos. Ao lado disso, o otimismo infundado: podemos nos tornar tão bons quanto Singapura, Finlândia e outros países com reconhecido sucesso na educação.

É certo que o próximo Ministro da Educação na agenda Bolsonarista deverá  primeiramente combater a (má) influência da ideologia de Paulo Freire, que precisa ser extirpada, o que poderá ser feito mediante revisão da BNCC — a Base Nacional Curricular Comum. Há uma alusão à necessidade de rever métodos de ensino e coibir a promoção automática. O segundo se refere ao baixo nível de formação dos professores — e a sugestão de que isso poderia ser remediado com a mobilização das universidades públicas e privadas. O terceiro é a desarticulação entre União, estados e municípios — o que será diagnosticado mediante avaliações técnicas, a partir das quais seriam detalhados os protocolos de cooperação. O quarto é o baixo nível de inovação das universidades e de seus alunos, o que deverá ser superado com uma articulação maior com o setor produtivo, estímulo às vocações regionais e ao empreendedorismo. Finalmente, meio que de soslaio, surge um registro sobre restrições ao ensino à distância — que passará a ser estimulado especialmente para áreas onde há carência de pessoal qualificado.

 

A PREFERÊNCIA MAIOR EM STRAVOS.

Conhecedores da educação básica, empresários do ramo educacional e personalidades do mundo político ligado ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem declarado que o professor Stravos – nesse momento delicado em que se encontra o MEC e a educação nacional – é o nome mais recomendado para comandar a pasta.

Vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IDE), o professor Stavros Xanthopoylos conquistou o título de Personalidade Educacional 2014 – eleição realizada pela Associação Brasileira de Educação (ABE), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Folha Dirigida. Ele foi entrevistado pelo programa do Jô Soares em 07 de outubro de 2009.

UNIVERSIDADES CONTINUAM NO MEC.

Bolsonaro afirmou na terça-feira  que a tendência é o ensino superior continuar dentro do Ministério da Educação (MEC) . A equipe de transição trabalhava com um cenário de deslocar a área para a pasta de Ciência e Tecnologia. — A princípio vai ser mantido no Ministério da Educação mesmo — afirmou Bolsonaro.

O próximo Ministro deve retirar a subdelegação de competências dos Reitores das Universidades. O governo Lula e o ministro Hadadd, aceitando uma imposição da Andifes (instituição que representa os reitores), deram muitos poderes de decisão aos Reitores. A CF/88 trata da autonomia da Universidade e não do Reitor. A política maldita educacional e politiqueira do governo Lula deu soberania aos reitores que tornaram as Universidades um feudo político deles mesmos. Bolsonaro e seu próximo ministro precisam conter essa besta que foi criada há mais de uma década pelo PT.

REFORMA NO ENEM, SIM!

Com a exoneração de Maria Inês Fini, indicada pela turma do PSDB de Alckmin e Serra para a presidência do INEP, novos tempos virão para o instituto. O INEP foi um órgão criado para dar suporte junto ao MEC nos problemas do processo de avaliação dos milhões de alunos brasileiros. O modelo ENEM deve ser focado nas competências do saber e da formação. Deve retomar suas origens e o Exame que avalia o Ensino Superior deve focar no processo como ocorria no antigo Provão, extinto na era PT/MDB. Lamentável!