PF cumpre mandados em operação contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

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PF cumpre mandados em operação contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

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A Polícia Federal cumpriu, ontem pela manhã, 21 mandados de prisão – 16 preventivas e cinco temporárias – e 67 de busca em apreensão. As ordens são parte da operação Pavo Real, que investiga uma organização criminosa dedicada à lavagem e ocultação de bens obtidos por meio do tráfico internacional de drogas. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Rondônia.
A operação foi cumprida em Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal; com mandados expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal/RO, especializada em crimes praticados por organizações criminosas, contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Cinco pessoas investigadas tiveram as prisões convertidas em domiciliar, em razão de suas idades e por terem filhos menores.
As investigações começaram em fevereiro de 2019, pela PF em Rondônia, para identificar a ocultação de bens e a movimentação de valores por um dos internos da Penitenciária Federal de Porto Velho, com vasto histórico criminal e condenações por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo.
A partir dos levantamentos da PF, foi identificada a existência de uma organização criminosa voltada à ocultação do patrimônio obtido com o tráfico internacional de drogas, composta, em grande parte, pelos familiares do investigado, incluindo a esposa, mãe, padrasto, filhos, genros, irmãos e sobrinhos, todos com prisão decretada, agora, pela Justiça Federal de Porto Velho.
Agentes Federais de Execução Penal apreenderam, na cela do interno, bilhetes redigidos de próprio punho com anotações de diversos imóveis identificados apenas por siglas e codinomes, tanto no Brasil quanto no exterior.

Paraguai

Com a liderança exercida pelo interno e seu filho, os investigados se associaram para a perpetuação e controle do tráfico internacional de drogas na fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai, em uma verdadeira “guerra” contra organizações rivais.
Em junho de 2019, a PF deflagrou a primeira fase da operação, em Porto Velho, quando ocorreu a apreensão de arma, munições e diversos documentos e equipamentos eletrônicos que reforçaram o esquema de lavagem de capitais.
Mesmo sem a apreensão de qualquer substância entorpecente ao longo da investigação, a Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 302 milhões, das contas de 96 investigados, e a suspensão da atividade comercial de 22 empresas utilizadas para a movimentação dos valores ilícitos.

De luxo

A Justiça Federal determinou, também, o sequestro específico de 17 veículos de luxo, com valores individuais de mercado superiores a R$ 100 mil cada, que, somados, alcançam um valor aproximado de R$ 2.3 milhões, além do sequestro de todos os veículos em uso pelos investigados.
Foram sequestrados, ainda, cerca de 50 imóveis valendo mais de R$ 50 milhões, além de dezenas de outros imóveis, registrados em nome de membros da organização, cujo valor patrimonial total será apurado após a deflagração.
O nome da operação faz referência ao codinome pelo qual é chamado o investigado, sendo mundialmente conhecido pelo seu envolvimento com o tráfico internacional de drogas e armas; tendo permanecido preso, no Paraguai, durante vários anos até ser expulso para o Brasil, em 2017, quando passou a cumprir sua pena em estabelecidos prisionais federais.