19 de abril de 2024

Segurança: Operação transfere 18 presos do RS para penitenciárias federais

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Segurança: Operação transfere 18 presos do RS para penitenciárias federais

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Dezoito presos do Rio Grande do Sul, que são chefes das principais organizações criminosas gaúchas, estão sendo transferidos para presídios federais em uma operação que começou na madrugada desta terça-feira (3). Veja abaixo quem são os transferidos e as penas que cada um deles cumpre.

“Foram diversas reuniões e chegou-se ao número de 33 lideranças que deveriam serem retiradas do RS. Em setembro, outubro, o Ministério Público (MP-RS) e a Policia Civil fizeram uma representação junto ao Poder Judiciário sobre a transferência dessas lideranças. No início de dezembro, saiu a decisão do judiciário estadual deferindo a remoção de 18 dessas lideranças”, explicou o vice-governador e também o secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Jr..

Detentos da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas e da Penitenciária Modulada Estadual da cidade foram levados em comboio de viaturas, por volta das 6h, até o Parque Adhemar de Souza Farias (Parcão), no centro do município.

No local, seis helicópteros aguardavam para fazer o deslocamento dos presos até a Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana.

Com um detento cada, as seis aeronaves fizeram três viagens até a Base Aérea, com tempo de voo de 13 minutos – entre idas e voltas. A operação aérea durou cerca de uma hora e meia. O último transferido chegou a Canoas por volta das 8h35.

Após o pouso dos helicópteros na Base Área, os detentos eram levados até uma sala reservada a 50 metros do local de embarque para a realização de exames de corpo de delito por médicos do IGP.

A coordenação da operação optou por transportar os presos em aviões por questão de segurança e, principalmente, para não impactar o trânsito de veículos nas entradas e saídas da Capital e da Região Metropolitana.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do RS, os 18 presos embarcaram em um avião para penitenciárias federais onde ficarão isolados. O destino de cada um deles não foi revelado por questão de segurança. Os presos poderão ficar nestas cadeias por três anos, podendo ser renovada a permanência por mais três.

“Nós estamos preparados, para os próximos dias, com efetivos, de maneira ostensiva, de todas as instituições que estão aqui, nesse momento, e participaram desse planejamento. As inteligências continuam a monitorar o sistema penitenciário e também o que envolve o entorno dessas organizações criminosas. Com objetivo de coibir, qualquer possível tentativa de reação a essa ação do estado do RS”, disse Ranolfo.

Segundo o governo do Rio Grande do Sul, participaram da operação mais de 1,3 mil agentes, além de 306 viaturas, sete aeronaves (seis helicópteros e um avião) e quatro embarcações. A ação contou com o trabalho de 15 instituições estaduais e federais.

“Nós agradecemos essa integração. No RS atuaram a Brigada Militar, a Polícia Civil, o Instituto Geral de Perícias (IGP), o Corpo de Bombeiros Militar, a Susepe, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Secretaria de Saúde também acompanhou com o serviço de atendimento móvel de urgência. Pela União, a partir de determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, teve apoio do Departamento Penitenciário Nacional, Secretaria de Operações Integradas, somaram-se os esforços da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Agência Brasileira de Inteligência, do Exército, da Aeronáutica e da Marinha do Brasil”, disse o governador Eduardo Leite durante entrevista coletiva.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma nota informando que apoia o estado do Rio Grande do Sul na operação.

“O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou também, por meio da Portaria nº 102, publicada nesta terça-feira (3) no Diário Oficial da União, o emprego da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no Rio Grande do Sul, inicialmente por 60 dias, para ajudar o estado a aprimorar os procedimentos e rotinas carcerárias.”, acrescenta a nota.

Um ano de planejamento

Os preparativos para a operação começaram em março de 2019. Os pedidos de transferências dos presos foram feitos por promotores de Justiça de todo o estado, com a articulação da Procuradoria-Geral de Justiça.

Além das reuniões de articulação no Rio Grande do Sul, foram realizados encontros de trabalho em Brasília com o Ministro Sergio Moro e com integrantes do Departamento Penitenciário Nacional.

O comboio que saiu de Charqueadas, sob grande esquema de segurança, foi acompanhado pelo vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, que chegou ao local pouco antes das 6h.

Mais presos transferidos

Em 2017, também sob forte esquema de segurança, 27 homens foram transferidos da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), na Região Metropolitana, e da Cadeia Pública de Porto Alegre.

O objetivo foi desarticular facções criminosas e o tráfico de drogas no sistema prisional gaúcho.

O presos foram levados em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para presídios federais em Porto Velho, Rondônia; Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Juntos, os 27 apenados somavam 1,2 mil anos de pena. Fonte: G1